Minas Gerais passou a contar com a triagem de 60 doenças no
O anúncio foi feito nesta quarta-feira (30/4) pelo governo do Estado, em um evento na Cidade Administrativa que destacou o avanço na triagem neonatal - exame que identifica doenças raras nos primeiros dias de vida do bebê.
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Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, o processo de ampliação incluiu investimentos em qualificação profissional, transporte de amostras e melhorias na estrutura de atendimento. Entre 2024 e 2025, o número de doenças triadas passou de 23 para 60, com a inclusão de 12 novas condições somente em abril deste ano.
Ainda de acordo com o governo, o investimento anual será de R$ 64 milhões. Presente no evento, o governador Romeu Zema afirmou que Minas é o primeiro estado brasileiro a garantir a expansão da cobertura. “E esse diagnóstico precoce é fundamental para, em alguns casos, evitarmos sequelas maiores ou sequelas que podem afetar, de certa maneira, a vida desses bebês”, disse, em discurso.
O exame é oferecido gratuitamente pelo SUS em todos os municípios mineiros, com coleta recomendada entre o terceiro e o quinto dia de vida.
“Sabemos que muitas vezes o teste vai apenas amenizar, mas já é um conforto. É o que a ciência tem disponível hoje. E além dos testes, nós estamos ampliando o atendimento a essas crianças que tiverem essas doenças detectadas em todas as regiões do Estado. Ninguém vai precisar viajar para Belo Horizonte para poder tratar quando detectado. Todas as regiões terão um hospital”, disse Zema.
O secretário de estado de saúde, Fabio Bacheretti, ressaltou a importância da ampliação da rede de atendimento para as famílias.
“Nos hospitais universitários que estão em Minas Gerais vamos conseguir garantir cada ponto da rede, inclusive o tratamento e fórmulas. É difícil, mas não estamos fugindo da responsabilidade de dar o que precisam”, afirmou, dizendo ainda que a tendência é que o programa seja ampliado nos próximos anos.
“Esse é um crescimento que vai acontecendo no tempo. Além de todo o processo, para a gente garantir o diagnóstico, temos que garantir a dispensação dessas fórmulas e dos medicamentos, que muitas vezes são manipulados, das fórmulas manipuladas. Então, a política pública pactuada é algo que, mesmo com a nossa saída, está pactuada com os municípios”, disse.
“O diagnóstico é o primeiro passo, mas depois do diagnóstico vem a medicação, vem o tratamento, vem todas as demais etapas. Então também não adiantava a gente correr inteiro o diagnóstico sem conseguir dar continuidade e isso foi feito junto, paralelamente, até a gente chegar no ponto que nós chegamos hoje”, disse o secretário de governo Marcelo Aro.
Teste do Pezinho
O programa, iniciado em 1994, passou por etapas de expansão nos últimos anos, incorporando gradualmente novas condições ao escopo do exame.
A estrutura de cuidado para os casos detectados envolve centros de referência como os hospitais João Paulo II, das Clínicas da UFMG e Universitário da UFJF, entre outros. A rede também será expandida com novos centros, como o Hospital Universitário Clemente de Faria, em Montes Claros. O atendimento conta ainda com apoio da teleconsulta, com o objetivo de alcançar os 853 municípios do estado.
A análise das amostras é feita pelo Nupad, da UFMG, e os casos positivos são encaminhados para tratamento na rede pública. A ampliação visa prevenir complicações, melhorar a qualidade de vida das crianças e reduzir impactos no sistema de saúde. Desde o início do programa, cerca de 7 milhões de recém-nascidos foram triados em Minas Gerais.