Uma doença que pode ser inofensiva para os humanos é mortal para os animais
Conforme a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), os números representam um cenário de surto para a população de micos-estrelas existente no parque. No total, são quatro mortes este ano. Porém, em um deles, as análises foram inconclusivas. No ano passado, conforme a pasta, não houve registros. O principal problema: a alimentação dos animais silvestres.
Durante todo o ano, a fundação de parques promove ações de educação ambiental, visando sensibilizar a população sobre os impactos da oferta de alimentos aos animais silvestres. Além disso, os visitantes são orientados sobre o uso correto das lixeiras do parque, garantindo que os resíduos não fiquem de fácil acesso para os animais.
Herpes em humanos
Existem dois tipos de vírus causadores do herpes: o HSV-1, causador do herpes simples, e o HSV-2, que causa o herpes genital. Conforme o Ministério da Saúde, os vírus causadores do herpes têm alta circulação entre a população mundial e, mesmo que a maioria das pessoas infectadas não desenvolva sintomas, os HSV podem permanecer escondidos no corpo humano em estado de latência vitalícia.
HSV-1 e HSV-2 podem provocar lesões em qualquer parte do corpo, mas, em geral, o tipo 1 acomete a região da boca, nariz e olhos e o tipo 2 acomete pênis, vulva, ânus e nádegas.
Herpes em primatas
“O HSV é natural do homem, no qual provoca doença autolimitada, geralmente localizada, porém não é comum em primata não humano, sendo muitos deles suscetíveis aos sorotipos 1 e 2", explicou Liliane Carneiro, médica veterinária, tecnologista em Pesquisa do Centro Nacional de Primatas do Ministério da Saúde e diretora Executiva da Associação Brasileira de Saúde Única (Abrasuni).
Para a transmissão, basta que as pessoas infectadas mordam alimentos, o joguem no chão e/ou ofereçam aos animais. Logo após ingeri-los, os primeiros sintomas aparecem no animal, que tem grande chance de morrer.
“O animal contaminado apresenta perda ou diminuição do apetite, prostração, úlceras na boca e língua, lesão de pele, conjuntivite, vômitos, fraqueza, aumento de sensibilidade aos estímulos, incoordenação seguida de morte 2 a 7 dias após o início dos sintomas”, explicou.
Outras doenças
Liliane Carneiro lembra que, este ano, já houve dois casos humanos de raiva por transmissão de calitriquídeos [tipo de primata] no Brasil, um em Pernambuco e outro no Ceará. “Isso acontece devido a uma questão de vínculo estreito com a saúde única. São animais cativantes, e o hábito da população em tentar capturá-los e domesticá-los”, alerta.