Com o anúncio de que o alargamento do viaduto sobre a BR-356, no trevo do BH Shopping, teve a execução suspensa, houve forte repercussão entre a população de BH e Nova Lima.
Neste sábado (5), a Itatiaia ouviu a vereadora Fernanda Altoé (Novo) e Maria Goretti Sena, representante dos moradores do bairro Belvedere. Ambas pedem a continuidade das intervenções.
Fernanda Altoé defende a continuidade das obras e afirma que são importantes para o vetor Sul de BH, não apenas para os moradores do Belvedere. “Além de todos os trabalhadores que estão na área do Vale do Sereno, do BH Shopping, a gente tem que parar pra pensar que, quando o trânsito trava ali, ele impacta o Olhos D'água, todo o Anel Rodoviário, e acaba impactando também a avenida Nossa Senhora do Carmo”, afirmou.
A vereadora também contestou a
De acordo com o superintendente de Desenvolvimento da capital (Sudecap), Leonardo Gomes, a prefeitura decidiu reavaliar o projeto após uma demanda dos moradores da região. “A prefeitura licitou a obra de alargamento do viaduto do Belvedere junto com o alargamento de uma pista lateral ao BH Shopping. A população se inteirou do projeto e questionou junto ao Ministério Público, com razão, o corte de quase 200 árvores. A prefeitura ouviu a população, ouviu o Ministério Público e fez uma reavaliação do projeto, da real necessidade, neste momento, de se executar o alargamento da pista, que ia ocasionar a supressão de mais de 200 árvores”, explicou.
Gomes ainda detalhou que a BHTrans realizou um estudo de viabilidade e não viu a necessidade de execução deste trecho da obra. “Com isso, com o contrato assinado em ordem de serviço, a redução do contrato fez mais de 25% do valor de contrato. E é uma prerrogativa legal da empresa vencedora, ela se posicionar a não execução da obra. E foi isso que aconteceu. A empresa se posicionou que não tem interesse em fazer uma obra com um escopo reduzido. Com isso, a gente retirou os tapumes e a gente vai fazer uma nova licitação somente com o alargamento do viaduto”, esclareceu.
Moradores
Também à Itatiaia, Maria Goretti Sena, moradora da região e jornalista responsável pelo Jornal Belvedere, reafirmou a importância da realização da obra para os moradores das cidades vizinhas. "É um ponto importante, de confluência, de entrelaçamento. Ele é a saída da trincheira, para a Avenida Nossa Senhora do Carmo e para a Raja Gabaglia. É importante a gente ressaltar que estamos em uma região que duas cidades tricentenárias, que são Raposos e Nova Lima, e também Rio Acima, os moradores usam essa via para acesso, é origem e destino deles todos os dias, para o trabalho e para a casa. É um lugar muito movimentado, com a necessidade de projetos de mobilidade”, ressaltou.
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Ela também esclareceu sobre o impasse entre os moradores do bairro. “O cenário lá hoje, nas redes sociais e nos grupos dos moradores, nas ruas, é o seguinte: havia uma população ciente de tudo que estava acontecendo e que diante do anúncio de que a obra seria paralisada, essa população se revoltou porque a região não recebe nada de infraestrutura desde 2013. A população ficou frustrada e tem se manifestado a favor dessa obra e clamando para que ela seja realizada”, disse.
‘Impacto’
Para Fernanda Altoé, que presidiu as discussões na Câmara, fazer uma nova licitação, separada entre os dois trechos, é perder dinheiro público, uma vez, que o processo ficaria mais caro. “Qualquer projeto de intervenção na cidade onde haja mudança do traçado da cidade, o nosso plano diretor ele exige um estudo de impacto viário, um estudo de impacto ambiental. Se nós já chegamos no ponto do processo de licitação ter sido realizado, ter sido concluído e nós estávamos com os tapumes ali entre Nossa Senhora do Carmo Raja Gabaglia para o início da execução das obras, é sinal de que tudo está perfeito e acabado. A fase agora é de execução da obra”, destacou.
Por fim, ela refletiu sobre a necessidade da execução do projeto para a melhora na qualidade de vida da população. “Belo Horizonte precisa ter coragem pra colocar a obra em prática. As pessoas estão ficando doentes no trânsito. É tempo de vida com a família, é produtividade, é empregabilidade, a gente tá ficando doente. BH precisa caminhar para frente”, pontuou.