A Justiça decidiu manter preso o homem que foi flagrado atropelando um morador em situação de rua no último sábado (29), no bairro Floresta, região Leste de Belo Horizonte. O crime foi cometido em frente a um abrigo da prefeitura e a poucos metros de uma delegacia da Polícia Civil. A vítima, identificada como Gabriel de Oliveira da Silva, de 26 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu (relembre o caso no fim da matéria).
A decisão foi tomada neste domingo pelo juiz plantonista José Xavier Magalhães Brandão. No documento obtido pela Itatiaia, o magistrado argumenta que há provas suficientes do crime. O advogado indicado pela Defensoria Pública pediu a soltura do suspeito, argumentando que ele teria sigo esfaqueado momentos antes pelo morador em situação de rua,
‘Inicialmente, quanto ao pedido de relaxamento da prisão, entendo que não é o caso de acolhimento, e apesar de se tratar de questão afeta ao mérito, entendo que da narrativa constante nos autos, se de fato ocorreu uma lesão anterior, a resposta não parece ter sido imediata, de modo a caracterizar a legítíma defesa. Testemunhas teriam informado que o autuado observou por um momento o local, e somente depois acelerou seu veículo contra as pessoas ali presentes, vindo a atingir a vítima de forma fatal’, argumentou o juiz.
O juiz ainda cita o fato de que o autor já cometeu outros crimes e está cumprindo pena atualmente em liberdade condicional, tendo saído do presídio no fim de outubro de 2024: ‘Para além da reincidência do autuado, as circunstâncias do crime são de extrema gravidade, em que o flagranteado, na direção de veículo automotor, em local de grande circulação de pessoa, empreendeu alta velocidade e jogou o veículo contra a vítima, sem nenhuma chance de defesa, o atingindo de forma fatal, tudo a revelar a periculosidade do agente e o risco gerado pelo estado de liberdade dele, o que coloca em risco a ordem pública’.
O magistrado decidiu converter a prisão em flagrante para preventiva. Com isso, o suspeito deve continuar preso até julgamento ou até decisão contrária da Justiça.
Relembre o caso
À polícia, o suspeito alegou que estava na região comprando madeira quando foi cercado por moradores em situação de rua e atingido com dois golpes de faca. Por isso, disse que acelerou o carro para tentar fugir. Ao avaliar as imagens, a PM identificou que o atropelamento foi intencional. O motorista tem passagens por tráfico, consumo de drogas e homicídio.
Em entrevista à Itatiaia, o Cabo Kar afirmou que a versão do autor não condiz com as imagens das câmeras de segurança. O militar levantou duas hipóteses para a motivação do crime.
‘Como ali é um ponto de tráfico pode estar relacionado com algum acerto de contas, o irmão dele é traficante da região e pode ser alguma cobrança do irmão ou alguma dívida que ele tenha. Outra situação é que como ele já tem diversas passagens inclusive na região e já foi frequentador do próprio albergue, ele teve uma desavença no dia 16, pode ser algo que ele foi cobrar hoje’.
(Matéria em atualização)