Quase dez anos depois de ser brutalmente agredido na porta de uma boate no bairro Olhos d'água em Belo Horizonte, o médico Henrique Papini, de 30 anos, depôs na manhã desta quinta-feira (27) contra Rafael Batista Bicalho, de 27 anos. O caso aconteceu em setembro de 2016, e, na ocasião, o réu se juntou a outras três pessoas e desferiu chutes e socos na cabeça da vítima. O caso é julgado como tentativa de homicídio.
No depoimento, Henrique informou que antes do ataque já tinha recebido abordagens agressivas de Rafael e dos amigos dele. Ainda segundo o médico, as ofensas e a perseguição acontecia porque, na época, ele estava saindo com a ex-namorada do agressor.
Henrique detalhou que no dia do crime foi perseguida e agredida por Rafael e pelos amigos do réu. Devido às agressões a vítima ficou um inconsciente, foi hospitalizada no CTI e teve várias sequelas.
Pedido de Justiça
Mais cedo, antes de iniciar o julgamento de Rafael, Henrique comentou sobre o caso. “Foram 8 anos esperando, com muita ansiedade, com muita luta. A gente nunca desistiu, sempre [estivemos] pedindo Justiça”, disse.
Ele relatou sobre as sequelas permanentes: perda de audição em um ouvido, paralisia facial, dificuldades de equilíbrio e fala, lacrimejamento constante e incapacidade de sorrir, o que causa sofrimento psicológico. “Eu sempre fui uma pessoa sorridente, feliz, alegre. Vou passar o resto da minha vida sem conseguir sorrir”, disse.