Ouvindo...

Estudante de medicina espancado: pai de réu cita ‘joga pedra na Geni’ ao defender o filho

Rafael Bicalho é julgado hoje no 3º Tribunal do Júri, no bairro Barro Preto, região Centro-Sul da capital

Com a mensagem ‘Rafael não quis matar’ escrita na camisa, Omar Bicalho defendeu nesta quinta-feira (27) que o filho Rafael Bicalho, 27 anos, seja punido por ter participado de uma ‘briga’ e não por tentativa de homicídio. Rafael é julgado hoje no 3º Tribunal do Júri, no bairro Barro Preto, região Centro-Sul de Belo Horizonte, por tentativa de homicídio contra Henrique Papini, de 30 anos, atualmente médico. O crime ocorreu em setembro de 2016, na saída de uma boate na região Oeste da capital.

Em entrevista à Itatiaia na porta do tribunal, o pai citou o bordão ‘Joga pedra na Geni”, da canção Geni e o Zepelim, de Chico Buarque, para destacar que o filho está respondendo sozinho por uma situação que envolve mais três pessoas. O bordão significa indiferença e execração pública. No entanto, Omar reconhece que o filho errou, mas nega que Rafael tenha tido a intenção de matar Henrique.

“Ele errou sim, claro, mas cada peso é uma medida. Eu acho que tem que ter uma pena para ele, mas uma pena compatível pela briga. Ele não é assassino, é uma briga que houve”, disse o pai. As agressões deixaram Henrique com sequelas permanentes: perda de audição em um ouvido, paralisia facial, dificuldades de equilíbrio e fala, lacrimejamento constante e incapacidade de sorrir.

“Pensa bem, você tem um filho que sai um dia para uma festa, no outro dia tem uma briga e ele é o famoso ‘joga a pedra na Geni’. Ele é criminoso, ele é isso. Calma, não é assim não, gente. Pera aí. Não é no grito que ganha as coisas, né?”, disse.

Omar Bicalho também mencionou o sofrimento de Rafael ao longo dos últimos oito anos, incluindo um período de prisão e dois anos utilizando tornozeleira eletrônica. Ele destacou ainda que houve uma indenização de R$ 400 mil paga por Rafael à família Papini. “Só que a imprensa nunca falou isso. A verdade é essa” , lamentou.

O crime ocorreu na saída da boate Hangar 667, no bairro Olhos d’Água, na região Oeste, no dia 7 de setembro de 2016. Além de Rafael, três pessoas participaram das agressões, entre elas Thiago Motta, condenado por lesão corporal. Os outros dois foram absolvidos pela Justiça. O espancamento teria como motivação ciúmes, já que Henrique tinha iniciado um relacionamento com uma ex-namorada do acusado. Veja o vídeo:

Ao comentar sobre a motivação da briga, Omar Bicalho disse Rafael amava a ex-namorada e que, com 19 anos, não teve maturidade para lidar com a situação. “Tudo bem, é homem, mas ele nunca queria fazer”, disse o pai. “É fato, infelizmente, que foi uma briga. Arrependido, tá? Sim. Eu sinto e respeito o outro lado”, disse.

Leia também

Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.
Jornalista formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Na Itatiaia desde 2008, é “cria” da rádio, onde começou como estagiário. É especialista na cobertura de jornalismo policial e também assuntos factuais. Também participou de coberturas especiais em BH, Minas Gerais e outros estados. Além de repórter, é também apresentador do programa Itatiaia Patrulha na ausência do titular e amigo, Renato Rios Neto.
Leia mais