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Professora, mãe e avó: veja quem era a mulher morta após cirurgia plástica em BH

Claudinéia Francisca Lima morreu aos 46 anos depois de passar por dois hospitais particulares e de ser operada na rede pública

Uma pessoa muito amada, dedicada e muito querida por alunos e familiares. É assim que parentes descrevem Claudinéia Francisca Lima, de 46 anos, que morreu após ser submetida a um procedimento de hérnia epigástrica e de abdominoplastia em um hospital-dia na região Centro-Sul de Belo Horizonte, na última sexta-feira (17).

O velório acontece nesta segunda-feira (17) na Capela Metromax, na avenida João Cesar de Oliveira, 1.228, no bairro Eldorado, em Contagem, até as 12h. Em seguida, o corpo será encaminhado para o cemitério do Bonfim, na região Noroeste de BH, onde também será velado. O enterro está marcando para 14h.

Casada, Claudinéia morava com a família em Contagem e estava trabalhando como pedagoga na zona rural de Betim, na Grande BH. “Minha mãe era uma pessoa muito amada, todo mundo gostava dela. Peguei o celular dela e tinha mensagem de mães de ex-alunos falando que não estavam acreditando e que a minha mãe era uma ótima professora”, disse Ana Carolina de Faria Lima, filha de Claudinéia.

“Vamos procurar justiça, porque não quero que nenhuma outra família passe por isso que a gente está passando. Estou despedaçada, eu não sei o que fazer, não consigo entrar na minha casa. Eu só lembro da minha mãe e tudo que vou fazer, lembro dela, porque tudo que eu ia fazer ela estava comigo. Todos os momentos da minha vida ela estava do meu lado”, lembrou a filha, que contou ainda que a mãe era apaixonada pelos dois netos.

“Ela falou depois da cirurgia: ‘o Pedrinho e o Miguel são a minha vida. Os dois são a minha vida’.Ela comprou um presentinho para eles um dia antes da cirurgia e deu. Eles ficaram encantados”, lembrou.

Abdominoplastia

Claudineia foi submetida a uma cirurgia de hérnia epigástrica e a uma abdominoplastia e, conforme familiares, teve a traqueia perfurada durante o processo de anestesia. Os médicos não teriam constatado o problema e continuaram a cirurgia.

Após o procedimento, o rosto da mulher ficou inchado como um balão e o cirurgião plástico suspeitou de alergia aos medicamentos.

Claudineia, então, foi transferida para dois hospitais particulares, teve a perfuração na traqueia confirmada e foi encaminhada o hospital público Alberto Cavalcanti, onde foi realizada uma cirurgia de alta complexidade para tentar “costurar a traqueia”. No entanto, não resistiu e morreu 40 minutos após o procedimento, na noite de sexta-feira (14).

Os familiares registraram boletim de ocorrência e o caso será investigado pela Polícia Civil.

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Nota

Em nota, a assessoria do cirurgião plástico responsável pela cirurgia informou que não houve intercorrência que indicasse complicação durante a cirurgia.

Segundo a nota do médico, as intervenções foram feitas sob anestesia geral, que exige intubação. Isso porque anestesia peridural não foi completamente eficaz. “Ou seja, não houve perfuração da traqueia da paciente pelo cirurgião plástico”, disse a nota enviada à Itatiaia.

A anestesista mencionou ao cirurgião algumas hipóteses para a perfuração da traqueia. “Entre elas, estão possíveis lesões causadas pela guia utilizada para a intubação ou ruptura provocada pelo próprio tubo”, informou. “Duas horas após a internação no quarto, a equipe observou inchaço na face da paciente, compatível com um quadro de anafilaxia (reação alérgica), disse.

Diante da evolução do quadro, o cirurgião recomendou a internação emergencial em um hospital com maior estrutura. “Durante todo o período após a cirurgia, ele manteve contato próximo com a família, prestando apoio de forma ética e empática”, informou a nota.

*Com Renato Rios Neto, Larissa Ricci, Oswaldo Diniz e Vinícius Brito


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Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.
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