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Despedida de mulher que morreu em cirurgia plástica ocorrerá nesta segunda-feira em Contagem (MG)

Família volta a denunciar negligência médica; Claudineia Francisca Lima, de 46 anos, faleceu no sábado (15)

Familiares vão se despedir de Claudineia Francisca Lima, de 46 anos, que morreu após ser submetida a um procedimento de hérnia epigástrica e de abdominoplastia em um hospital-dia na região Centro-Sul da capital mineira, na manhã desta segunda-feira(17), em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. O velório está marcado para 8h na Capela Metromax, na avenida João Cesar de Oliveira, 1.228, no bairro Eldorado. O enterro vai acontecer no Cemitério do Bonfim, na região Noroeste de BH.

Em entrevista à Itatiaia nesse domingo (16), a técnica de enfermagem Ana Carolina de Faria Lima, filha de Claudineia, contou que a mãe era pedagoga e trabalhava na zona rural de Betim. “Vamos procurar Justiça porque eu não quero que nenhuma outra família passe por isso que a gente está passando porque é muito dolorido. Estou despedaçada”, disse,

Um antigo incomodo com o formato do glúteo levou Claudineia a procurar o médico Marcelo Regianni em 2022. “Ela queria fazer uma enxertia glúteo e a lipo nas costas devido a algumas gordurinhas que ela sentia incômodo. Inicialmente, o médico informou que não faria devido ao tempo extenso da cirurgia. “A gente descobriu que ele fez depois que ela voltou do pré-operatório. Ela até assustou e falou: ‘Ué, mas deu tempo de fazer a lipo?’” lembrou.

Após o procedimento, Claudineia sentiu um incômodo na garganta. As enfermeiras disseram ser normal devido às duas intubações, algo que não havia sido informado inicialmente à família. “Ele havia dito que não ia precisar entubar, só faria a anestesia peridural. A gente não sabia que ela ia ser entubada”, contou.

Depois disso, ela começou a sentir dores e falta de ar. Em seguida, o pescoço e o rosto de Claudineia começaram a inchar. “Meu pai levantou para ajeitá-la na maca e ela pôs a mão no rosto e falou: ‘Gente, meu rosto tá inchando’”, lembrou. A filha contou que a médica ficou desesperada, ligando para outros profissionais para saber qual medicação deveria ser usada.

Ela foi transferida para uma unidade de saúde, ao lado do hospital-dia, onde continuaram tratando-a como choque anafilático. De lá, ela foi levada para o hospital da Pampulha, onde constatado que Claudineia estava com um furo na traqueia e precisava de cirurgia.

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Os médicos disseram à família que a cirurgia de correção era arriscada devido à extensão do furo na traqueia. “Ele falou que era uma cirurgia muito arriscada, que o furo tava muito extenso e que corria muitos riscos. Ele deixou bem claro para gente que corria risco. Mas a culpa não foi dele, ele tava tentando consertar o erro do outro médico”, explicou. No sábado (15), paciente passou por um procedimento pela cirurgia torácica mais invasiva, sofreu duas paradas cardíacas e faleceu.

O que diz o cirurgião

O médico-cirurgião plástico Marcelo Regianni disse que não houve intercorrência que indicasse complicação durante a cirurgia. Por meio de nota, ele atribuiu a piora do quadro da paciente à demora no tratamento efetivo por conta de sucessivas transferências entre hospitais. Leia a nota completa aqui.


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Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
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