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BH: Justiça mantém prisão de mãe e filha acusadas de matarem mulher e esconder corpo

Magna Laurinda Ferreira Pimentel foi morta em agosto após descobrir que sua madrasta e os filhos dela fizeram empréstimos no nome do pai e o obrigaram a transferir a posse da casa

A Justiça de Minas Gerais negou um pedido de habeas corpus feito pela defesa das duas mulheres, mãe e filha, acusadas de matarem uma mulher e esconder o corpo na fossa de uma casa na região de Venda Nova, em Belo Horizonte. O crime foi cometido em agosto de 2024 e, segundo a investigação da Polícia Civil, teve como motivação um empréstimo de R$ 40 mil feito no nome do pai da vítima e usado em apostas no ‘Jogo do Tigrinho’ (mais informações no fim da matéria).

A decisão foi tomada pelo juiz Roberto Oliveira Araújo Silva, do Tribunal do Júri 2º Sumariante de Belo Horizonte. De acordo com o documento obtido pela Itatiaia, o advogado havia argumentado que não existiam motivos para a manutenção da prisão preventiva.

O Ministério Público se manifestou contrário ao pedido, assim como o magistrado. Na decisão, ele alegou que não surgiram novos fatos para justificar o habeas corpus e que o crime em questão foi cometido com violência. ‘Dessa forma, entendo que ainda prevalecem os requisitos legais para a manutenção da prisão preventiva das aludidas rés, mostrando-se a prisão imprescindível para garantir a ordem pública’, disse o juiz. Com isso, a prisão preventiva das acusadas foi mantida.

Mãe e filhos já são réus pelo crime desde novembro de 2024. A data do julgamento ainda não foi divulgada pela Justiça.

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Magna Laurinda Ferreira Pimentel, de 42 anos, foi vista pela última vez no dia 23 de agosto, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte. Ela deixou a filha de 3 anos na escola por volta de 13h e, em seguida, teria ido até a casa do pai. Magna deveria buscar a filha ao final da aula, mas não foi mais vista.

No dia 26, a Itatiaia conversou com Tiago Arlei Alves, de 22 anos, que é casado com Magna há cinco anos e disse que a esposa é ‘uma mãe preocupada e atenta’. Ainda conforme Tiago, nas últimas conversas com a companheira, ela não demostrou nenhuma estranheza. “A gente estava conversando em mensagem de texto uma coisa particular da nossa filha. E a última mensagem que ela me mandou foi ‘obrigado’ às 15h41. Ela não ressaltou nada de diferente que possa levar alguma pista”, contou.

O corpo de Magna foi encontrado no dia 27 pelo Corpo de Bombeiros. O corpo dela estava dentro de uma fossa séptica na casa do pai dela, no bairro Candelária, na região de Venda Nova. No mesmo dia, a madrasta de Magna e quatro filhos da suspeita foram presos por envolvimento no crime.

Investigação

De acordo com a Polícia Civil, o pai de Magna tem 74 anos e possui demência, sendo mentalmente incapaz. A companheira dele (madrasta de Magna) e os filhos dessa mulher teriam se aproveitado da situação para pegar um empréstimo de R$ 40 mil, dinheiro gasto em apenas seis meses, inclusive com apostas no ‘Jogo do Tigrinho’. Eles ainda teriam feito o idoso assinar um termo de doação da casa em que mora para a madrasta de Magna.

A vítima ficou sabendo da situação e foi até a casa da família para tentar resolver a situação. Durante a discussão, umas das meias-irmãs de Magna atuou como apaziguadora e acabou ganhando a confiança da vítima.

Depois disso, a madrasta e seus filhos arquitetaram um plano para matar Magna. Para isso, eles usaram justamente a meia-irmã que ganhou a confiança da vítima para atraí-la até a casa, com a desculpa de que o idoso estava passando mal.

Ao chegar no local, Magna discutiu com um dos meio-irmãos e acabou sendo morta com facadas no pescoço. O corpo da vítima foi jogado na fossa séptica que, na sequência, foi concretado.


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Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.
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