O médico Bruno Hurtado Stehling, de 41 anos, foi condenado a 11 de prisão, com regime inicialmente fechado, por ter dopado e estuprado uma mulher em seu apartamento no bairro Belvedere, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. O crime aconteceu em janeiro de 2012 e foi julgado definitivamente nesta semana.
Na última quarta-feira (11), um mandado de prisão definitiva foi expedido contra o médico, decorrente da decisão em segunda instância. Até o momento ele não foi encontrado e é considerado foragido pela Justiça.
Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Stehling esteve sob custódia no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) São Cristóvão entre os dias 6 e 7 de setembro de 2012, e no Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, entre os dias 7 e 11 de setembro de 2012, quando foi liberado. Ele ganhou na Justiça o direito de responder ao processo em liberdade.
Médico conheceu vítima em festa de casamento
O crime aconteceu no dia 6 de janeiro de 2012, após uma festa de casamento no Clube Sírio Libanês, na região da Pampulha. Stehling conheceu a vítima durante o evento, a beijou e a convidou para uma festa que estaria acontecendo em seu apartamento.
A mulher conta que, ao chegar na residência do médico, viu que não havia nenhuma festa. Mesmo assim, ela decidiu ficar. Em seguida, Stehling ofereceu uma taça de espumante para a mulher, que perdeu a consciência ao tomá-la.
Ao acordar, a mulher constatou que estava sendo vítima de violência sexual. A vítima revelou que ainda foi ameaçada pelo médico. Stehling disse que se ela contasse o que havia acontecido, ele iria divulgar fotos que tinha acabado de tirar dela na internet.
Ao sair do apartamento do médico, a vítima pediu ajuda a uma mulher que estava passando pela rua e acionou a polícia. O exame de corpo de delito confirmou os abusos.
Mulher foi dopada com Rivotril
À polícia, a vítima contou que sentiu um gosto diferente ao tomar a champanhe. Os investigadores constataram que a mulher foi dopada com Rivotril, medicamento indicado para tratar ansiedade, o que fez com que ela não pudesse resistir ao abuso.
Bruno Hurtado Stehling foi considerado culpado e condenado pelo crime de estupro de vulnerável.
Defesa pediu redução da pena, mas Justiça negou recurso
Após a decisão judicial, a defesa do médico entrou com um recuso pedindo pela redução da pena. Os advogados alegam ausência de provas quanto ao consentimento e a vulnerabilidade da vítima.
O recurso foi julgado como improcedente pelos desembargadores da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG).
Os desembargadores ainda afirmam que há provas substanciais de que a vítima tenha sido dopada por Stehling.
Ao negarem o recurso, os desembargadores determinaram que a pena fixada na primeira instância, de 11 anos de prisão, continuasse a mesma. Agora, Stehling é procurado pela polícia para dar início ao cumprimento da pena.