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BH 127 anos: cozinheira que vende marmitão a R$ 8 na Praça 7 revela como faz para manter o preço

Sucesso do marmitão de Marta foi revelado pela Itatiaia em março de 2023

Ex-moradora de rua e catadora de recicláveis, a cozinheira Marta Vieira, 58 anos, é um dos símbolos da Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte, capital dos mineiros que completa 127 anos nesta quinta-feira (12). O sucesso do marmitão da Marta foi revelado pela Itatiaia em março de 2023. Quase dois anos depois, dona Marta ‘aumentou’ o preço em apenas R$ 1: de R$ 7 para R$ 8.

“Depois da reportagem, todo mundo me procura agora e fala: ‘é você que apareceu na Itatiaia? Minha comida foi parar até em Portugal”, diz a trabalhadora.

Marta vende de 80 a 100 marmitas por dia. Para manter o preço baixo, mesmo com o aumento dos alimentos, ela revela que reduz o lucro, faz pesquisa e compra cestas básicas no Centro de BH. “Compro sempre o mais barato e em grande quantidade”, ressalta. As marmitas que não são vendidas, Marta doa para pessoas carentes.

“Tá tudo muito caro mesmo. Tá difícil demais sobreviver com esses preços. Mas a gente coloca a mão de Deus na frente e vai levando. Gosto de ajudar porque passei por muita coisa ruim na minha vida. Faço isso para ajudar as pessoas também. Por isso, vendo a esse preço”, disse Marta, que mora no bairro Serra, na região Centro-Sul da capital e planeja abrir um restaurante no edifício Mariana, no Centro, em 2025. “Graças a Deus, ano que vem vou abrir um restaurante e vou poder ajudar mais ainda”, diz.

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Carne todo dia

Marta destaca que o cardápio é variado e com carne todos os dias. “Hoje mesmo tem tropeiro, bife de pernil, bife de frango, arroz, feijão e macarrão. Também tem uma saladinha de couve, umas coisinhas assim. Todo dia tem carne, mas não posso vender carne cara, né? Vendo frango, faço bife de pernil, bife de frango, bolinho de carne moída... coisas mais baratas, mas todo mundo gosta”, ressalta.

A cozinheira conta que frequenta a Praça Sete desde criança. Ao longo da vida, ela ainda precisou catar material reciclável e lavagem (resto de comida para porcos) para sobreviver. “Esse lugar (Praça Sete) para mim é uma mãe, porque gosto de ficar aqui, gosto de ver o pessoal comendo. Fico muito feliz de ver as pessoas aqui. Tem dia que eu chego de manhã bem cedo só para ver o sorriso do pessoal quando me vê”, disse.

Aprovado

Dona Marta tem clientes fiéis, que compram a marmita e almoçam nos bancos da Praça Sete. É o caso do senhor João Bosco, que conversou com a Itatiaia enquanto saboreava o tropeiro. Ele almoça o marmitão da dona Marta há cinco anos. “O tempero é caseiro, é ótimo e com preço barato. Não tem preço melhor aqui”.

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Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.
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