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PF investiga queda de elevador em prédio da Justiça Federal em BH; servidores cobram troca de equipamentos

Sindicato afirma que gestão anterior havia prometido a modernização dos equipamentos, mas aguarda o orçamento de 2025; servidores defendem a troca de todos os elevadores

A Polícia Federal irá investigar a queda de um elevador em um dos prédios do Tribunal de Justiça Federal da 6ª região (TRF-6), em Belo Horizonte. O acidente aconteceu na manhã desta segunda-feira (2) e matou um funcionário terceirizado que fazia a manutenção do equipamento.

Esse não é o primeiro acidente com elevadores nos prédios da Justiça Federal em BH. Em julho deste ano, uma servidora teve o pé prensado por um dos elevadores do órgão. O acidente, no entanto, aconteceu em outro prédio do TRF-6, mas dentro do mesmo complexo de edifícios.

Alexandre Magnus, coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal de Minas Gerais (Sitraemg), afirmou que quando houve o primeiro acidente com os elevadores do TRF-6, o órgão cobrou a melhoria dos equipamentos.

“Quando houve o acidente em julho, pedimos que o trabalho se mantivesse virtual até que os servidores pudessem voltar de forma segura e psicologicamente bem. O acidente de julho deixou graves ferimentos em uma servidora nossa. A gente também requereu providências para que a administração do tribunal renovasse os elevadores. É um prédio antigo e que a gente já recebia muitas reclamações. Com esse acidente, pedimos uma providência mais robusta. A administração passada se comprometeu a renovar os elevadores, mas estão dependendo do orçamento de 2025", disse.
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Segundo o órgão, o técnico que morreu nesta segunda estava concluindo um trabalho de modernização dos elevadores do prédio. O processo já havia sido concluído em três equipamentos, faltando apenas o elevador que caiu. Com a morte do trabalhador, o sindicato cobra a troca completa dos equipamentos.

“Essa modernização é fruto da negociação que o sindicato fez com a administração anterior. A compra de novos elevadores, a modernização dos equipamentos dependem do orçamento do Conselho da Justiça Federal. Espero que isso seja decidido o quanto antes e que venha essa modernização em caráter de urgência”, afirma o coordenador geral do Sitraemg.

“A única coisa que o sindicato quer é que os trabalhadores só voltem a trabalhar quando houver segurança nos prédios da Justiça Federal. Quando houver de fato a modernização dos elevadores, a troca dos antigos. Não adianta trocar uma peça velha, se fica outra peça velha no elevador. A gente tem que trocar o elevador inteiro”, acrescenta.

Após a queda do elevador, o sindicato pediu que os servidores, terceirizados e estagiários trabalhassem de forma remota. O pedido foi deferido pelo desembargador federal Vallisney Oliveira. A decisão determina que os funcionários dos prédios trabalhem de home office até a próxima sexta-feira (6).

Mas, para Magnus, uma semana não é suficiente para que os problemas de segurança sejam resolvidos.

“Os servidores não se sentem à vontade. Não acreditamos que uma semana resolva o nosso problema. A gente só quer o retorno dos servidores do judiciário quando os elevadores forem, de fato, trocados e modernizados. A gente não quer nada de forma paliativa. A gente, inclusive, não quer deixar trabalhar. O que o sindicato está pedindo é para que a gente trabalhe com segurança, em casa, enquanto o trabalho de modernização não seja concretizado em todos os prédios da Justiça Federal. Não são prédios de cinco, seis andares. São prédios de mais de 10 andares. É muita gente. Então, a questão do elevador é crucial para nós”, argumenta o coordenador.

Segundo Magnus, o sindicato já acionou a Defesa Civil e quer responsabilizar quem deveria ter fiscalizado os elevadores.

“Já pedimos uma vistoria na Defesa Civil e o auto de vistoria do Corpo Bombeiro. Também queremos saber quem são os responsáveis, o engenheiro, o bombeiro que está assinando isso. A gente vai cobrar esses responsáveis se acontecer mais algum fato desse. A gente espera que a Defesa Civil faça a fiscalização devida e nos mostre o laudo para saber se há condição de permanecer dessa forma ou não”, finaliza.


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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.
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