A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu preventivamente um homem, de 32 anos, investigado pelos crimes de estupro e ameaça contra a ex-companheira, de 33 anos. A operação foi deflagrada nessa segunda-feira (9), em Ibirité, na Grande BH, e apreendeu munições e arma de fogo junto ao suspeito, o que também conferiu flagrante à prisão. As informações foram compartilhadas em entrevista coletiva concedida na tarde desta terça-feira (10).
A vítima se relacionou com o suspeito por 16 anos, e decidiu terminar a relação há cerca de um ano. O homem não aceitou o término e passou a perseguir, a ameaçar de morte e a violentar psicologicamente a mulher. Nesse período, furou o pneu dela para evitar que ela fosse trabalhar e tirou fotos da porta da casa dela.
Durante o relacionamento, a mulher denunciou que sofreu violência doméstica. Ela alega ter sido agredida e coagida a manter relações sexuais a partir de violência, o que configura estupro.
O caso está sob investigação da Polícia Civil desde agosto deste ano, quando a vítima procurou a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher de Ibirité para pedir informações sobre medida protetiva de urgência. Nesse contato, contou aos policiais sobre as violências sofridas e pediu ajuda. Um inquérito foi instaurado pela corporação, que resultou no mandado de busca e apreensão cumprido ontem.
Delegada faz alerta
Na entrevista coletiva, a delegada e Polícia da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), de Ibirité, Andreza Prestes, fez um alerta sobre a importância de mulheres denunciarem os crimes sofridos.
“É bem comum, infelizmente, que a gente identifique que as mulheres que hoje buscam atendimento passaram por longos anos de violência doméstica. Longos anos sendo agredidas e sendo ameaçadas. A gente precisa tomar conhecimento para poder adotar a postura que a gente precisa adotar. Infelizmente, se a vítima não traz para a gente a situação que ela tá vivendo, a gente não consegue tomar as providências necessárias. Então é muito importante que elas, com toda essa força que é louvável, consigam romper o ciclo e tornar público o que aconteceu e trazer os elementos para polícia conseguir tomar as providências”.