Um jovem de 19 anos, preso por suspeita de ameaçar a namorada, de 23, pelas redes sociais, é investigado por tortura, gravação e divulgação de cenas de nudez, além de injúria racial e racismo. Ele foi preso preventivamente na última quinta-feira (1º), em São José dos Campos, no interior de São Paulo.
Segundo o delegado Arthur Benício, que comanda a investigação, a jovem é moradora de Belo Horizonte (MG) e procurou uma delegacia na capital mineira, no ano passado, relatando os abusos. A vítima contou que conheceu o suspeito pela internet e, desde então, eles passaram a se relacionar amorosamente, entre março e junho de 2023.
Em um determinado momento do relacionamento, o jovem passou a exigir que a vítima se automutilasse, escrevendo o nickname que ele usava na internet no corpo. Caso ela negasse o pedido, o suspeito a ameaçava dizendo que iria divulgar fotos dela nua, além de dados de familiares.
Além da automutilação, o suspeito era racista com a vítima.
“Ele praticava diversos atos de tortura com ela, tendo como pano de fundo uma questão racial e misógina. Ele ofendia ela por diversas vezes se valendo de elementos raciais. Ele humilhava ela, dizendo coisas como “macaca”, “parda suja”, e “eu sou muito melhor que você porque eu sou branco de olhos claros”. Ele usava de elementos raciais para subjugar e diminuir a vítima”, detalha o delegado.
Apologia a nazismo e gato decapitado
O autor também é suspeito de ameaçar um massacre escolar no estado de São Paulo. O jovem também é suspeito de matar um gato decapitado e fazer apologia ao nazismo.
“Ele usava nas conversas do WhatsApp emblemas nazistas, com a suástica e a figura de Hitler. A questão do gato é que ele matou um animal decapitado, registrou tudo isso em vídeo e publicou nas redes sociais para ganhar mais seguidores, adquirir popularidade nas redes. Então, ele tinha esse perfil bastante agressivo na internet”, comentou Benício.