Belo Horizonte vive o pior momento em relação à dengue na história, com disparada de casos. Diante disso, neste domingo (3), a Itatiaia visitou unidades de saúde e flagrou, mais uma vez, superlotação e esperas longas.
O serralheiro Paulo César, de 57 anos, levou o filho, de 12, para a UPA Norte, no bairro Novo Aarão Reis, e esperava há mais de cinco horas. “Ele tomou a vacina da dengue sexta-feira (1º). Ontem à tarde, ele começou a apresentar dor no olho, febre e mal-estar”, disse.
Ele contou que percebeu a desistência de muitos pacientes, que voltaram para a casa antes que o médico os avaliasse. “Chamaram pelo nome de 10 pessoas que já haviam ido embora”, contou.
Outro homem contou que acompanha a esposa desde as 4h. “Ela passou pelo setor de triagem e foi lá para o setor da dengue. Mas, até agora, nenhum médico a avaliou”, acrescentou. Desde essa sexta-feira (1º), um hospital de campanha montado e funciona junto à UPA Norte.
Na UPA Oeste, no bairro Estoril, o cenário não é muito diferente. Uma mulher, que não foi identificada, contou que o marido deu entrada na unidade de saúde às 21h. Até as 8h de hoje, ela aguardava a liberação do companheiro, após uma piora do quadro.
Casos
O número de casos confirmados de dengue cresceu 20% na capital mineira em cinco dias. Isso é o que revela o último boletim epidemiológico, divulgado nessa terça-feira (27). Em 23 de fevereiro, BH contabilizava 6.338 infectados, desde o início de 2024. Agora, a cidade já registra 7.665 casos — ou seja, em apenas cinco dias, houve um aumento de 1.327 casos no município.
O número de casos suspeitos também cresceu no mesmo período. Entre 23 e 27 de fevereiro, passando de 23.923 para 29.159 — um aumento de 21%.
Apesar do aumento de casos prováveis e confirmados, o número de óbitos permaneceu o mesmo. Até o momento, BH registra sete mortes pela doença.
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