Minas Gerais é o terceiro estado do país onde os criminosos mais tentaram cometer fraudes entre janeiro e junho deste ano. A conclusão é de um levantamento da Serasa Experian, que registrou mais de 400 mil tentativas de golpe pela internet no primeiro semestre de 2023.
A pesquisa ainda aponta que golpes envolvendo bancos e cartões foram os mais comuns nesse período. Além disso, o estudo revelou que a maioria das vítimas tinha entre 36 e 50 anos.
Após cair em um desses golpes, Marcos Matos descobriu de uma hora para outra que tinha nove linhas de telefone na operadora Tim. Todas haviam sido abertas com o CPF dele. “O que eu lamento de tudo isso é que a empresa não oferece um sistema de controle. Eu fico receoso de que possam usar o meu CPF em outra modalidade de fraude de estelionato”, desabafa.
Em nota, a Tim informou que o caso do Marcos está sendo tratado e que adota protocolos rígidos de segurança para evitar ações indevidas. A operadora ainda disse que está à disposição para corrigir imediatamente qualquer irregularidade.
O gerente de soluções de autenticação e prevenção à fraudes da Serasa, Luiz Haddad, explica como Minas Gerais se posiciona em relação a outros estados na pesquisa. “São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais lideram ranking com mais registro de tentativa de fraude entre janeiro e junho deste ano. Minas Gerais está em terceiro no ranking, com quase 403 mil tentativas de fraudes computadas, participando com 8,4% do total nacional ", afirma.
De acordo com Haddad, os criminosos trocam os métodos de fraude e criam variações de uma mesma prática. “Eles até estão usando Inteligência Artificial. É por isso que todos nós devemos tratar nossos dados como ouro, adotar senhas fortes e monitorar os nossos CPF”, relata.
O delegado Vinícius Dias, do departamento de fraudes da Polícia Civil de Minas, explica como os criminosos roubam dados pessoais e como evitar cair em um golpe. “As próprias operadoras trocam o banco de dados entre si, para fornecer propostas para outros clientes. Então, antes de disponibilizar seus dados, verifique se aquela empresa respeita a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)”, esclarece.
“Os golpes mais comuns utilizados hoje são os de clonagem de WhatsApp, em que há o depósito de uma quantia em dinheiro. O segundo é o estelionato virtual, em que as pessoas começam a namorar pela internet, e o terceiro são aqueles golpes virtuais utilizando boletos falsos, juntamente com o pagamento através de familiares mais próximos”, explica o delegado.