Justiça marca para 2024 audiência de ‘enfermeira’ que aplicou falsas vacinas contra covid em BH

A suspeita foi denunciada por estelionato e associação criminosa, uso de documento falso e lavagem de dinheiro

A falsa enfermeira hoje atua como cuidadora de idosos

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TMJG) marcou para 1º de fevereiro de 2024 a audiência de julgamento de Cláudia Torres, falsa enfermeira que aplicou supostas vacinas contra a covid em empresários de Belo Horizonte no início de 2021.

Segundo a denúncia, a mulher se passava por enfermeira e aplicava as substâncias como se fossem imunizantes contra a Covid-19. Ela fazia as vítimas acreditarem que se tratavam de vacinas contra o coronavírus, quando, na realidade, a substância era soro fisiológico.

Leia mais:

Em abril de 2022, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou a suspeita por estelionato e associação criminosa, uso de documento falso e lavagem de dinheiro. O juiz Rodrigo Heleno Chaves, da 4ª Vara de Tóxicos, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores de Belo Horizonte, negou o pedido de absolvição Cláudia e de outras cinco pessoas que se tornaram réus por participação no esquema.

Conforme o órgão, os envolvidos teriam movimentado cerca de R$ 700 mil. A suspeita recebia pagamentos via PIX, TED e depósito bancário das vítimas e familiares pelos falsos imunizantes.

Investigações

Durante as investigações da Polícia Federal (PF), a corporação concluiu que o companheiro dela Ricardo Almeida, o filho Igor Torres e Júnior Guimarães, que atuou como motorista durante a falsa vacinação, cometeram os crimes de estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Vagner Torres e Daniele Torres, também parentes de Cláudia, foram denunciados por associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Segundo as investigações, a falsa enfermeira aplicou um golpe em quem tomou a substância aplicada por ela. Empresários mineiros chegaram a pagar R$600. Na época do esquema, o imunizante ainda engatinhava para chegar em grande escala no Brasil, priorizado para idosos e grupos de risco.

Durante o inquérito, foi constatado que as pessoas que contrataram a falsa enfermeira receberam soro fisiológico ao invés de vacina.

Nova função

Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas, falsa enfermeira que será julgada por aplicar falsa vacina contra Covid-19, continua atuando na área da saúde em Belo Horizonte: desta vez, como cuidadora de idosos. Em fevereiro do ano passado, ela foi indiciada pela Polícia Federal por estelionato, associação criminosa, uso de documento falso e lavagem de dinheiro. A Justiça aceitou a denúncia e a tornou ré.

A reportagem descobriu que ela cuidou de uma idosa que sofre de enfisema pulmonar e artrite reumatoide durante oito meses, até fevereiro deste ano, e pediu demissão de maneira repentina, alegando ter sofrido um acidente de trabalho que teria causado rompimento de um tendão. Agora, a falsa enfermeira entrou na Justiça contra a idosa cobrando direitos trabalhistas, indenização por dano moral e dinheiro para bancar o suposto tratamento.

Formado em Jornalismo pelo UniBH, em 2022, foi repórter de cidades na Itatiaia e atualmente é editor dos canais de YouTube da empresa.

Ouvindo...