A insegurança alimentar na qual vivem milhares de famílias brasileiras é evidenciada mais uma vez com o episódio em uma escola municipal em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Uma criança de onze anos, do 6º ano do ensino fundamental, passou mal na escolinha. Quando os funcionários foram verificar a situação, descobriram que a criança não comia desde o dia anterior, porque ela não tinha nada para se alimentar em casa e depende da merenda escolar.
Esse triste episódio aconteceu na Escola Municipal Waldemar D’Luz Gonçalves, no bairro Vila Cristina, em Betim.
“Ele chegou passando mal e nós fomos conversando e descobrimos que ele havia tido a última refeição no dia anterior”, relatou o diretor da escola Alex Almeida que completou dizendo que a criança não tinha nada o que comer dentro de casa.
“Na grande maioria das vezes os alunos vêm para a escola para se alimentar. Muita das vezes não têm o que comer dentro de casa e a escola está fazendo esse papel social a todo momento.”
Os especialistas explicam que as merendas oferecidas pelas escolas contribuem para diminuir a insegurança alimentar dos alunos. Entretanto, eles alertam que a precariedade dos alimentos em casa não deixa de prejudicar o desenvolvimento escolar das crianças, conforme alerta a nutricionista Rafaela Cordeiro.
“A nossa alimentação ela é fundamental para fazer com que o nosso corpo trabalhe bem. E obviamente não vai ser diferente para as crianças. Se a criança está mal alimentada em termos de quantidade, de qualidade ou em má distribuição ao longo do dia ela vai sim sofrer impacto no aprendizado. Além disso tudo, uma criança mal alimentada pode ter comprometimento no crescimento e pode ficar mais propensa ao aparecimento de doenças, de infecções, o que vai mais uma vez também impactar aprendizado dessa criança.”