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A arte de Inimá de Paula em exposição

Mostra no TJMG celebra o artista plástico mineiro

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) abre as portas de sua Galeria de Arte, a partir desta terça-feira (18), para o artista plástico mineiro Inimá de Paula. As 24 pinturas que compõem a exposição “Inimá – Entre a Tradição e a Modernidade Brasileira” se estendem por aproximadamente quatro dos seis decênios de atividade do artista e pertencem ao acervo do Museu Inimá de Paula, inaugurado em 2008 em Belo Horizonte, e a colecionadores.

O conjunto reúne principalmente óleos sobre tela, com temática variada, que abrange experimentações entre o abstrato e o figurativo, paisagens urbanas, rurais e marinhas, naturezas-mortas e temas sociais, ambientais e políticos. É possível contemplar diferentes fases da linguagem de Inimá, com quadros que datam de 1944 a 1983 e sugerem conexões com Van Gogh, Matisse e Cézanne.

Originalidade e tradição

Segundo Vitor Camarano, coordenador artístico do Museu Inimá de Paula, metade das obras da mostra é da Fundação Inimá e o restante é oriundo de coleções particulares. “A exposição oferece um panorama da carreira de Inimá, pois temos trabalhos de 1950 a 1987. Isso permite ver todas as fases e o caminhar artístico dele, e uma diversidade de expressões experimentadas ao longo da carreira”, disse.

De acordo com o estudioso, o pintor “bebeu de várias fontes estéticas da época”, como o pós-impressionismo, o expressionismo e o fovismo, conhecido pela exaltação e explosão das cores.

“Inimá passa por todos esses movimentos do modernismo brasileiro sem perder a tradição, que surge principalmente nas temáticas. Sua forma é caracterizada por uma tendência mais tradicional de se fazer a pintura, mas sem abandonar a modernidade que vinha através das cores e temas”, afirmou.

Segundo Camarano, as paisagens de Belo Horizonte, Ouro Preto e Rio de Janeiro, entre outras, são executadas de forma muito bem estruturada: “Ele sempre atentava ao primeiro, ao segundo e ao terceiro plano para trazer essa profundidade à paisagem, e se dedicava à composição, ao contorno em volta de algumas figuras. Tudo isso sob um olhar de encantamento, de celebração da vida e da exuberância da natureza. Ele deixa esse grande legado de cores para a arte brasileira e para nós, mineiros.”

Mestre das Cores

Nascido em 1918, em Itanhomi, e falecido em 1999, na capital mineira, Inimá tornou-se conhecido como “Mestre das Cores” pelas imagens vibrantes. Relacionou-se com muitos dos expoentes do modernismo pictórico brasileiro, como José Pancetti, Alfredo Volpi e Alberto da Veiga Guignard, e recebeu o apoio de Portinari para realizar a primeira mostra individual, em 1948, no Instituto dos Arquitetos do Brasil.

Desde a infância, Inimá exercitou-se no desenho. Na adolescência, trabalhou retocando fotografias. Cursou o Liceu de Artes e Ofícios, no Rio de Janeiro, e depois se transferiu para Fortaleza, onde se empregou em um estúdio fotográfico. Recebeu várias premiações, como a menção honrosa, a medalha de bronze e a medalha de prata do Salão Nacional de Belas Artes.

O pintor participou da 1ª e da 5ª Bienal de São Paulo. Realizou 49 mostras individuais, no Rio de Janeiro, em Salvador, Belo Horizonte, Brasília e São Paulo. Integrou exposições coletivas em todo o Brasil, na Argentina, no Peru, no Chile, na Alemanha, nos Estados Unidos, na Áustria, em Portugal, na Espanha, na França, na Holanda e no Japão.

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