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Vai uma pro santo? Pura ou em drinks, cachaça celebra seu dia nacional

Mais emblemática das bebidas brasileiras carrega séculos de história, resistência e identidade cultural

Marvada, Caninha, Pinga, Branquinha, Mé, Birita e até Água que Passarinho Não Bebe. Apelidada em todas as regiões do País, a cachaça é tão importante para a cultura e gastronomia brasileira que existe um dia só para ela: 13 de setembro.

A data que homenageia uma das bebidas mais emblemáticas e tradicionais do País - e que tem Minas Gerais como um dos principais expoentes - vai muito além de um simples destilado: ela carrega séculos de história, resistência e identidade nacional.

Produzida desde o período colonial, quando os primeiros engenhos de açúcar começaram a ferver o caldo de cana, a cachaça é hoje reconhecida mundialmente por sua diversidade de sabores, aromas e modos de produção. A data foi oficializada para relembrar a importância da cachaça na economia, cultura e gastronomia do Brasil, e celebra tanto a sua rica herança quanto o papel dos produtores que mantêm viva essa tradição.

Em Belo Horizonte, o Dia Nacional da Cachaça é momento de brindes especiais. Bares e restaurantes prepararam uma série de drinks e combinações para quem quiser “jogar uma pro santo”.

Nuúu tem Ooohsô

Localizado no lobby do Novotel BH Savassi, o bar do Nuúu Restaurante celebra a data com um drink autoral, que está disponível durante todo o mês de setembro.

Batizado de Ooohsô leva cachaça envelhecida em tonéis de amburana, licor de pequi, calda de figo, limão-taiti e o bitter de ervas e raízes Fernet-Branca. A finalização é feita com uma fatia de queijo com doce de figo sobre uma folha de ora-pro-nóbis.

“O coquetel mescla o dulçor da cachaça e do licor de pequi com a “terrosidade” do figo e a refrescância mentolada do bitter e do limão”, descreve o bartender Raphael Silva, criador do coquetel.

Segundo ele, a inspiração veio de um aperitivo com teor alcoólico potente associado a doces mineiros, sem perder a unidade do sabor da cachaça de amburana, uma madeira típica do Brasil.

A casa tem outros drinks à base de cachaça, como o também autoral Cerradinho, receita concedida pelo chef Flávio Trombino, do restaurante Xapuri, com exclusividade para o Nuúu. Na lista dos clássicos, está o Rabo de Galo, além de claro, a tradicional Caipirinha.

O Nuúu também tem à disposição mais de 20 rótulos de cachaças de alambique de diversos terroirs e regiões de Minas Gerais, como a Canarinha, de Salinas; a Leblon, de Patos de Minas, a 1000 Montes, de Faria Lemos; e a Bem-me-quer, de Pitangui.

Coco Bambu e Vale Verde

O Coco Bambu, que tem unidades em diversos shoppings de BH – a mais tradicional fica no Shopping Anchieta Garden, que comemora seis anos - fez uma parceria exclusiva entre a famosa destilaria mineira Vale Verde.

A Cachaça Coco Bambu é produzida localmente e comercializada em garrafas de 750 ml pelo valor de R$ 99,00. A bebida é envelhecida por três anos em barris de carvalho.

A Vale Verde foi a primeira a ter seu processo de produção reconhecido pela Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade (Ampaq) e conta com certificação voluntária do Inmetro.

Feirinha Aproxima

A cachaça estará presente na Feirinha Aproxima, que acontece neste sábado, dia 14 de setembro, a partir das 10h, no entorno do Museu Abílio Barreto, em Belo Horizonte. No espaço para a cozinha mineira do Sebrae Minas, algumas sobremesas terão a bebida na receita, como a palha de cachaça. Muitos rótulos da cachaça mineira também estarão à vendas nas barracas do evento.

História: símbolo de luta contra o monopólio

A cachaça foi criada pelos senhores de engenhos para compensar o baixo valor do açúcar. Logo passou a exercer grande influência na economia brasileira e a incomodar a Corte Real Portuguesa, que detinha o monopólio comercial de vinhos e aguardente no Brasil. Com isso, os portugueses barraram a produção e venda da cachaça através de uma Carta Real.

Os produtores ficaram revoltados por terem que pagar impostos e serem perseguidos por comercializarem a bebida.

Então, no dia 13 de setembro de 1661, eles tomaram o poder no Rio de Janeiro durante cinco meses e assim surgiu a Revolta da Cachaça. Por conta desse episódio, desde 2010, o dia 13 de setembro ficou conhecido como o “Dia Nacional da Cachaça”.

Jornalista, formado na PUC-MG em Jornalismo e Publicidade e Propaganda, tem pós-graduação em Marketing. Possui experiência de mais de 30 anos na profissão, com passagens em vários veículos de imprensa de Belo Horizonte (Diário da Tarde, Hoje em Dia e Estado de Minas) . Também já atuou como assessor de imprensa. É integrante da Abrajet-MG (Associação Brasileira de Jornalistas Especializados em Turismo – Minas Gerais).