Os catadores de materiais recicláveis de Belo Horizonte estão enfrentando dificuldades nas negociações com a prefeitura para o Carnaval de 2025. O projeto ''Recicla Belô'', que visa integrar os catadores ao evento, está no centro de uma controvérsia sobre os valores oferecidos para o serviço.
No ano passado, uma verba do Ministério Público permitiu a instalação de três tendas - atendendo cerca de 300 catadores. O sistema de remuneração era baseado na quantidade de material coletado, com uma diária de R$ 150 para quem coletasse 30 quilos de materiais recicláveis.
Este ano, no entanto, a proposta apresentada pela prefeitura tem gerado insatisfação entre os catadores. Um representante do grupo, que preferiu não se identificar, expressou sua frustração: “Parece que eles querem regredir, dar um passo atrás. Ofereceram muito menos para nós, nem quero falar em valor porque é até uma vergonha”.
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), em nota, afirmou que os R$ 500 mil destinados ao projeto Recicla Belô estão assegurados e que ajustes finais estão sendo realizados para garantir a implementação.
A Belotur, empresa municipal de turismo, alega manter diálogo constante com os catadores desde o final do ano passado e estar disponibilizando estrutura para os prestadores de serviço durante o Carnaval.
A prefeitura também mencionou a contratação de uma empresa de São Paulo para organizar o Carnaval, mas não esclareceu qual a relação desta com a questão dos catadores.
A situação permanece incerta, com os trabalhadores reivindicando uma negociação direta para discutir a valorização do serviço.