A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o desembargador Ivo de Almeida, do Tribunal de Justiça de São Paulo, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). O magistrado foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, advocacia administrativa e associação criminosa.
Além de Ivo Almeida, seu filho, Ivo de Almeida Júnior, e outras três pessoas, também foram acusadas formalmente por envolvimento em esquema ilegal de compra e venda de decisões judiciais desvendado em 2024 pela Operação Churrascada, da Polícia Federal.
A PGR aponta que Ivo se valeu da condição de desembargador e dos acessos a bancos de dados restritos e a outros juízes para favorecer o ex-policial civil Marcos André de Almeida na Polícia Civil de Minas Gerais.
A PF obteve mensagens que mostram que o ex-policial procurou Ivo de Almeida para obter informações sobre as pessoas que o acusavam de corrupção. A PGR diz que o desembargador chegou até a sugerir estratégias de defesa para o ex-policial.
O que diz a defesa do desembargador?
“A denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal é um rematado absurdo. Restou sobejamente provado que nunca houve venda de sentença ou qualquer tipo de favorecimento por decisão judicial proferida pelo Desembargador Ivo de Almeida. Inclusive, temos como prova cabal da inexistência de tais condutas o próprio rol de testemunhas que o MPF indicou: ninguém relacionado aos fatos imputados, apenas policiais federais que conduziram uma investigação absolutamente tendenciosa e que nunca presenciaram - até porque nunca existiram - tais fatos”, afirmou advogado Átila Machado em nota.