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Brasil registra 222 mortes de cavalos com suspeita de ração contaminada

De acordo com o governo, a apuração dos casos é difícil pela falta de comunicação formal via Ouvidoria, que é o canal oficial para registro das denúncias

Os cavalos mortos teriam ingerido rações fabricadas pela Nutratta Nutrição Animal Ltda

O governo Lula, por meio do Ministério da Agricultura, registrou a morte de 222 cavalos em cinco Estados após a notificação de casos envolvendo ração contaminada. Os óbitos ocorreram em Minas Gerais (1), São Paulo (83), Rio de Janeiro (69), Alagoas (65), Goiás (4). Outras 195 notificações também são investigadas.

A primeira denúncia ocorreu no dia 26 de maio. Desde então, o ministério afirma que realizou duas fiscalizações na empresa, que fabrica rações para equinos e ruminantes.

Segundo nota divulgada pela pasta na quinta-feira, 3, os animais mortos teriam ingerido rações fabricadas pela Nutratta Nutrição Animal Ltda, sediada em Itumbiara (GO). Nas últimas semanas, a empresa emitiu comunicados afirmando que investiga os casos e segue todos os critérios estabelecidos pelo governo brasileiro.

“Durante as inspeções foram constatadas irregularidades que motivaram a suspensão cautelar da atividade de fabricação de todas as rações da empresa”, afirmou a pasta. O ministério suspendeu a comercialização de todos os produtos elaborados pela Nutratta, à medida que mais informações sobre as mortes eram obtidas com as investigações.

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Há ainda outras 195 notificações de casos suspeitos sendo investigadas, incluindo 40 no sudoeste da Bahia, 70 em Goiânia, 34 em Jarinu (SP), 10 em Santo Antônio do Pinhal (SP), 18 em Uberlândia (MG), 8 em Guaranésia (MG), 8 em Jequeri (MG) e 7 em Mariana (MG).

De acordo com o governo Lula, a apuração dos casos é difícil pela falta de comunicação formal via Ouvidoria, que é o canal oficial para registro das denúncias. Outro fator é a natureza dos sintomas apresentados pelos animais, que podem surgir tardiamente, após a interrupção do uso da ração. Por isso, não há um número preciso do total de mortes. A contaminação é marcada por insuficiência hepática seguida de piora repentina.

No dia 7 de junho, a Nutratta emitiu um comunicado nas redes sociais afirmando que havia iniciado uma apuração rigorosa dos fatos e que estava colaborando com os órgãos de controle. Ainda segundo a empresa, não havia qualquer evidência de contaminação ou falha nos produtos destinados à bovinocultura. Em relação à linha equina, a empresa afirmou que a fábrica havia sido interditada pelo Ministério da Agricultura e que todas as exigências estavam sendo cumpridas.

No dia 19, a fabricante publicou uma nova nota, informando que o governo determinara o recolhimento de todos os lotes de ração para cavalos fabricados a partir de novembro de 2024. “Com mais de uma década de atuação no mercado prezando pela segurança alimentar, a Nutratta está tratando os fatos com extrema seriedade e se solidariza com todos os criadores que foram impactados nesse momento difícil.”

Com informações de Estadão Conteúdo

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