A Polícia Militar do Rio de Janeiro intensifica as buscas pelos chefes de comércios clandestinos na Lapa, região boêmia no centro da capital fluminense, após a prisão de quatro suspeitos. A ação visa desvendar a rede por trás das invasões de imóveis históricos e sua possível ligação com o tráfico de drogas local.
As prisões ocorreram na quinta-feira, quando quatro homens foram detidos por gerenciar estabelecimentos comerciais ilegais na Avenida Mem de Sá. Os imóveis invadidos, que já abrigaram empreendimentos icônicos como a Casa de Chá da Branca e a antiga Pizzaria Guanabara, foram transformados em distribuidoras de bebidas, bares, confecções e salões.
Infraestrutura ilegal e riscos à segurança
Segundo a polícia, os comércios clandestinos operavam com ligações diretas e ilegais de água e luz, sem medidores. Além disso, um dos estabelecimentos comercializava botijões de gás sem as devidas autorizações da Agência Nacional do Petróleo (ANP), representando um sério risco à segurança pública.
A operação que resultou nas prisões é um desdobramento de uma ação policial realizada no domingo anterior, quando foi fechado um ‘bunker’ do tráfico localizado a poucos metros dos estabelecimentos clandestinos. O espaço, situado em um casarão abandonado, pertencia a Wilton Carlos Rabello Quintanilha, conhecido como ‘Abelha’, uma das principais lideranças do Comando Vermelho.
Conexão com o tráfico de drogas
No ‘bunker’, a polícia apreendeu cerca de duas mil porções de drogas, incluindo maconha, haxixe, skunk, cocaína e crack, causando um prejuízo estimado em 100 mil reais ao tráfico. O local contava com portas de aço de mais de 300 quilos e até passagens secretas para fuga, evidenciando a sofisticação da operação criminosa.
As investigações agora se concentram em identificar as conexões entre os estabelecimentos invadidos e o tráfico de drogas na região. A polícia busca compreender como essa rede de comércio ilegal se integra à estrutura mais ampla do crime organizado no Rio de Janeiro, destacando a complexidade do desafio enfrentado pelas autoridades na recuperação do controle territorial.