Quase 60 mil peixes ornamentais foram apreendidos em uma megaoperação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), realizada em Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, além do Distrito Federal.
A ação visava combater a manutenção e o comércio ilegal de peixes ornamentais geneticamente modificados ,que não têm autorização para serem comercializados no Brasil. Segundo o órgão, foram aplicadas 36 multas, no valor total de R$ 2,38 milhões.
A Operação Quimera Ornamentais-Acari apreendeu 58.482 peixes modificados para se tornarem fluorescentes. Os agentes encontraram animais das espécies paulistinha (Danio rerio), tetra-negro (Gymnocorymbus ternetzi) e beta (Betta splendens) modificadas geneticamente por meio da inserção de genes de anêmonas ou águas-vivas.
Com a alteração, os peixes eram capazes de brilhar quando submetidos à luz ultravioleta. A característica tem tornados os peixes populares entre os aquaristas de todo o mundo. No entanto, a importação, exportação e comércio desses animais são proibidas no Brasil, uma vez que eles não passam por avaliação de risco.
O principal risco é a liberação desse tipo de peixe na natureza. A invasão de espécies exóticas em um ambiente já é capaz de causar um grande desequilíbrio ambiental, mas no caso dos peixes geneticamente modificados, o impacto pode ser ainda maior.
Os animais fluorescentes já foram encontrados livres em rios da cidade de Muriaé, na Zona da Mata Mineira, em 2022. A partir do achado, o Ibama começou a investigar a cadeia de comercialização dos animais e deflagrou a operação.
Por envolver organismos vivos com potencial de bioinvasão, a manutenção e o comércio de peixes ornamentais geneticamente modificados no território nacional são considerados condutas graves pelo Decreto 5.591/05.
As multas aplicadas pelo Ibama podem variar de R$ 60 mil a R$ 500 mil, enquanto a liberação desses peixes no meio ambiente pode ser considerada multa gravíssima, variando de R$ 500 mil a R$ 1,5 milhão.
*Com informações de Estadão Conteúdo