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Prejuízo com golpes envolvendo Pix pode passar de R$ 14 bilhões

Número de contas violadas aumentou quase oito vezes em 2024

Relatório ‘Global Data Breach Statistic’, realizado pela SurfShark, empresa especializada em privacidade, mostra que o número de contas violadas aumentou quase oito vezes em 2024, passando de 730 milhões em 2023, para 5,5 bilhões no ano passado. Os dados apontam para cuidados especiais com o Pix, meio de pagamento mais utilizado no Brasil.

Segundo o Banco Central, as transações via Pix movimentaram R$26,4 trilhões em 2024. No entanto, com a popularização do sistema de pagamento, os golpes que o envolvem também aumentaram, tanto que o relatório “2024 Scamscope - The Battle for Trust”, da ACI Worldwide, companhia de serviços de tecnologia com meios de pagamento, projeta que crimes envolvendo a modalidade no Brasil poderão ocasionar perdas de US$2,5 bilhões (mais de R$ 14 bilhões) em 2028.

O Brasil se encontra em sétimo lugar entre os dez países que mais tiveram contas violadas, tendo subido duas posições em 2024, em comparação com 2023, ao contabilizar 84 milhões de violações. Diante disso, o estudo destaca a preocupação do setor financeiro em buscar ativamente diversas medidas para combater fraudes, sendo este um dos focos do Banco Central para este ano, principalmente relacionado ao PIX no qual será implementado maior rastreabilidade das transações para combater golpes e fraudes.

O objetivo com a chamada “Agenda Futura” do Banco do Brasil não é apenas trazer novas funcionalidades como QR Code gerado pelo pagador; PIX por aproximação e automático; mas também medidas de prevenção que auxiliarão na identificação de padrões suspeitos em tempo real, viabilizando o bloqueio e revisão de transações antes da conclusão, já que de acordo com o relatório da ACI Worldwide o número de fraudes em app crescerão a uma taxa composta anual de 31,8% de 2023 a 2028.

Para João Fraga, CEO da techfin Paag, tais ações aumentam a confiabilidade dos usuários em relação às instituições financeiras. “A segurança nas transações financeiras é um componente fundamental para o desenvolvimento de um sistema de pagamentos confiável e eficiente, especialmente com o crescimento do uso de plataformas como o Pix. Diante disso, é inevitável o compromisso de investir em tecnologias de proteção que criem soluções e monitorem a conformidade regulatória de forma eficaz”, afirma o especialista.

Principalmente diante de um cenário em que mais de 25% das vítimas de golpes afirmarem que abandonariam a conta ou o provedor comprometido, segundo a pesquisa da Global Data. Isso porque com a violação de um e-mail, de uma conta bancária e até mesmo de um chave PIX o dinheiro e os dados tendem a ser transferidos para inúmeras contas em tempo real, se tornando quase impossível rastreá-lo e recuperá-lo.

“Fraudes se tornam mais recorrentes principalmente durante eventos de larga escala. Golpistas agem principalmente por engenharia social, ganhando a confiança das vítimas para conseguirem informações sensíveis. É essencial estar preparado para identificar e evitar possíveis golpes”, diz Ana Vitória, coordenadora de segurança da informação da keeggo.

Apesar do leve recuo de transações da modalidade de pagamento no mês de janeiro (5,06 bilhões no início de 2025) decorrente de principalmente da disseminação de desinformação sobre a taxação da modalidade e o aumento da taxa Selic, medidas como as propostas pelo Banco Central contribuem para um sistema financeiro mais robusto, transparente e protegido, alinhado com as necessidades da sociedade contemporânea e com os desafios que surgem em um cenário de crescente digitalização.

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