A Polícia Civil do Rio indiciou nesta quarta-feira (18) o contraventor Adilson Oliveira Coutinho Filho, o “Adilsinho”, pelos homicídios de Marco Antônio Figueiredo Martins, o “Marquinho Catiri”, homem de confiança do bicheiro Bernardo Bello, e do segurança dele, Alexsandro José da Silva, o “Sandrinho”.
Adilsinho é um dos principais bicheiros da cidade, membro da chamada “nova cúpula” do bicho, além de patrono e presidente de honra da escola de samba Salgueiro. Segundo as investigações, ele teria mandado matar as vítimas por desavenças relacionadas ao controle e exploração dos jogos ilegais de azar.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) pediu pela prisão preventiva de Adilsinho, que já tinha um outro mandado de prisão temporária, aberto há três semanas. O bicheiro está foragido e a polícia acredita que ele possa estar fora do país.
Adilsinho teria mandado matar aliados do bicheiro Bernardo Bello
Segundo a polícia, os homicídios aconteceram em novembro de 2022, na comunidade do Guarda, em Del Castilho, Zona Norte do Rio. Os autores monitoraram Marquinho Catiri durante um ano e usaram drones para monitorar a rotina da vítima.
Adilsinho teria mandado matar Marquinho devido a uma disputa pela exploração do jogo do bicho no Centro do Rio e em bairros das Zonas Sul e Norte da capital. As vítimas eram ligadas ao bicheiro Bernardo Bello, famoso por ser um dos protagonistas do documentário “Vale o Escrito”, produzido pela Globoplay, e que retrata a realidade dos contraventores na cidade.
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Após a morte de Marquinho Catiri, Adilsinho assumiu a exploração da região, anteriormente controlada por Bernardo Bello. Dentre os suspeitos de executarem Marquinho, três já foram identificados e indiciados.
A investigação em torno de Adilsinho também identificou outras mortes ligadas ao contraventor. Todas foram motivadas por questões ligadas a disputa pela exploração ilegal de cigarros ou de jogos de azar, em especial caça-níqueis e jogo do bicho.