O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) detalhou, nesta quarta (27), as normas para realização de cirurgias plásticas. O conselho lamentou a morte de uma mulher de 31 anos, na terça (26), que teve complicações após um procedimento chamado de ‘hidrolipo’. Paloma Lopes Alves, de 31 anos, realizou a ‘hidrolipo’ na clínica Maná Day, em São Paulo.
Entenda o que é ‘hidrolipo’, procedimento realizado em mulher que morreu em clínica de SP
Em nota oficial, o conselho manifestou preocupação em relação ao caso e ressaltou os riscos dos procedimentos estéticos, sobretudo cirurgias plásticas, realizados em locais não seguros.
‘A lipoaspiração, embora amplamente reconhecida como um procedimento seguro quando realizada de forma adequada, é uma cirurgia que demanda preparo técnico, infraestrutura adequada e a observância rigorosa das normas de segurança e ética médica’, afirma o Cremesp.
Quais são as normas para realizar cirurgia plástica?
O marido de Paloma, vítima de ‘hidrolipo’, afirmou que ela não conhecia o médico, e o procedimento foi totalmente contratado através das redes sociais. Segundo o conselho, essa é uma atitude preocupante.
Antes de realizar a cirurgia, o paciente deve pesquisar se o local, seja clínica ou hospital, é seguro e tem todos os recursos necessários.
‘O ambiente onde a cirurgia será realizada seja devidamente habilitado e liberado pelos órgãos de vigilância sanitária, com estrutura hospitalar que permita o manejo de eventuais intercorrências e suporte avançado de vida’, explica o conselho.
Outro ponto importante é que o profissional deve ter qualificação adequada e habilitação específica para a prática de cirurgia plástica, registrada junto ao Conselho Regional de Medicina, sendo especialista reconhecido com Registro de Qualificação de Especialista (RQE).
Além do cirurgião responsável, é necessário uma equipe médica e multidisciplinar para lidar com complicações ‘e equipada com os recursos necessários para uma resposta rápida e eficaz a emergências’.
Por último, o Cremesp pontua que antes da realização do procedimento deve ser feita uma avaliação do estado de saúde do paciente.
Como qualquer outra cirurgia, procedimentos estéticos como a lipoaspiração podem não são isentas de riscos. ‘A banalização de qualquer procedimento cirúrgico, por menor que ele possa parecer, é inaceitável’, afirma o conselho.
Entenda o caso
O procedimento de Paloma Lopes Alves foi realizado na região das costas e abdome, sendo que a previsão de alta médica seria no fim da tarde de terça-feira (26), pelo próprio médico que faria o procedimento. Porém, no decorrer do procedimento, ela entrou em parada cardiorrespiratória irreversível.
A mulher foi socorrida e encaminhada pelo SAMU ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde teve a morte confirmada. O médico que atendeu Paloma apontou como causa provável do óbito embolia pulmonar.
Segundo o esposo, Paloma não conhecia o médico, e o procedimento foi totalmente contratado através das redes sociais. O primeiro contato pessoal deles foi no dia da entrada na clínica. O pagamento foi realizado por transferências bancárias.
Após ter solicitado o suporte do SAMU, o médico não foi mais visto, e todo o conteúdo da clínica Maná 7 e Maná Day foi removido das redes sociais.