Idosos ficam sem insulina, alimentos e banho após queda de energia em SP

Tempestade deixou milhões de pessoas sem luz em São Paulo neste fim de semana

A falta de energia em São Paulo causou diversos transtornos para todos, mas sobretudo casas de repouso de idosos na capital paulista. Em duas casas que atendem idosos em Santo Amaro, zona sul da capital paulista, perderam o estoque de insulina e alimentos de geladeira, além de não poderem ligar camas elétricas essenciais para eles.

As cerca de 36 horas sem energia também afetaram outros aspectos do dia a dia das casas, onde a televisão é um das principais fontes de entretenimento. Também não teve banho, diante da falta de aquecimento elétrico para os chuveiros. A situação só foi mudar por volta das 9h30 deste domingo, 13, quando o fornecimento foi retomado.

“Ficaram sem tomar insulina, porque não tinha como dar”, conta a gerente das casas de repouso, Carmy Dulcy, de 56 anos. Ela diz ter procurado a Enel, mas que não obteve retorno sobre uma eventual prioridade.

Para as refeições, a gerente foi a outros bairros atrás de estabelecimentos abertos, já que os dos entorno também estavam sem luz. “Foi um caos”, comenta. “Estava a rua inteira sem energia, as outras casas, a padaria, tudo”, relata.

Em nota, a Enel tem ressaltado que 900 mil clientes seguem sem energia, enquanto o fornecimento foi retomado em 1,2 milhão de imóveis. Também salienta que teria ampliado a equipe e os trabalhos para agilizar o restabelecimento dos serviços. Não forneceu prazo, contudo, para a normalização em toda a Grande São Paulo.

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Deixar insulina na casa de amigos e preocupação

Relatos semelhantes se repetem entre a população. No Jabaquara, também na zona sul, a moradora Fernanda Passarelli, de 44 anos, precisou ir até a casa de uma amiga para deixar a insulina da mãe, que tem diabetes. Além da falta de luz, no caso dela, soma-se a de água, diante do impacto do apagão no sistema da Sabesp.

A situação afetou a rotina da família, especialmente das crianças e dos idosos. “Meus pais estão desolados, sem banho, sem conforto, sem uma alimentação tranquila. Para irem ao banheiro, fico sempre de olho para não caírem no caminho à noite”, completa.

A preocupação de Fernanda se estende aos dois filhos. “As crianças estão chateadas, pois não as deixo no quintal, há um galho da árvore da rua que está entre os fios e tenho medo dele se soltar e machucar meus filhos”, explica.

Os alimentos da geladeira estragaram. Já os celulares e luzes de emergência foram carregados nos notebooks. “O comércio local está fechado, pois não tem como atender a população. Estamos enfrentando uma situação caótica”, relata.

Além disso, o apagão trouxe uma sensação de insegurança. “Só saímos ontem quando havia claridade natural, pois o bairro está no breu e com isso a violência é maior”, avalia.

*Com informações de Estadão Conteúdo


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