Tales Fonseca Tranin, promotor de justiça do Ministério Público do Acre, é investigado por um suposto envolvimento com uma facção criminosa, mas nega as acusações. Porém, em coletiva de imprensa, ao lado de seus advogados, nessa sexta-feira (13), o acusado admitiu ter tido encontros de natureza sexual com presos em regime semiaberto.
Tranin também é acusado de se relacionar com os detentos do Complexo Penitenciário de Rio Branco durante inspeções, no horário de seu expediente. Um dos advogados dele, Erick Venâncio, rebate: “esses contatos se deram exclusivamente em sua residência e mediante pagamento. É absolutamente falso, é mentiroso que ele tenha tido contato sexual durante as inspeções”, afirma.
O promotor está afastado do comando da 4ª Promotoria Criminal de Execução Penal e Fiscalização de Presídio desde 20 de agosto deste ano, e é alvo de um processo administrativo do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Segundo o advogado, “isso não consta sequer como conjectura no processo administrativo”.
Além de ser alvo do processo administrativo, Tales é alvo de uma investigação, que foi autorizada pelo Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), na última quinta-feira (12), para inspecionar sua conduta como promotor.
Suspeito de envolvimento com facção criminosa
A investigação começou quando o carro de Tales Tranin foi usado em uma tentativa de roubo que aconteceu em fevereiro do ano passado. Os advogados dele, defendem que houve um mal entendido.
O promotor teria ido se encontrar com uma pessoa, que teria abordado outra para pedir um celular emprestado. A pessoa que foi abordada teria se assustado com a aparência do homem que fez o pedido e confundido a situação com uma tentativa de assalto. “Se transformou numa tentativa de assalto, coisa que nunca houve. A pessoa disse apenas que achou a pessoa em atitude suspeita”, alega.
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Por outro lado, no boletim de ocorrência registrado na ocasião, consta que uma pessoa acionou a polícia informando que dois homens em um carro, em posse de arma de fogo, haviam tentado praticar um roubo na região.
A placa do carro foi informada e a polícia verificou que o carro pertencia à Tranin. Os agentes foram até a casa do promotor e ele disse que estava tudo bem e que não tinha saído de casa no período da tarde, além de agradecer pela presença dos policiais, que continuaram o patrulhamento nas proximidades.
A defesa de Tales sustenta que a situação “se transformou numa tentativa de assalto, coisa que nunca houve. A pessoa disse apenas que achou a pessoa em atitude suspeita”. Os advogados também negam que ele tenha emprestado o carro para a prática de crime.
*Sob supervisão de Enzo Menezes