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Idosa morre e filha esconde corpo da mãe por seis meses dentro de apartamento no RJ

Inicialmente, mulher dizia aos vizinhos que a mãe estava doente, mas depois revelou que ela morreu e foi enterrada; cadáver foi encontrado em estado avançado de decomposição

O corpo de uma idosa de 75 anos foi encontrado em estado avançado de decomposição no apartamento onde morava com a filha, na Vila da Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro. Segundo vizinhos e comerciantes da região, a mulher estaria vivendo com o cadáver da mãe, trancado no quarto, há seis meses.

O corpo só foi descoberto após a mulher, de cerca de 50 anos, passar mal e a filha dela, de 22, acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Após o atendimento, eles sentiram um cheiro forte, mas a filha da idosa tentou despistá-los.

O agente desconfiou da atitude da mulher e arrombou a porta do quarto, descobrindo o corpo de Maria Auxiliadora de Andrade Santos. O cadáver foi removido para o Instituto Médico Legal (IML). A filha da idosa prestou depoimento à polícia e foi liberada.

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Vizinhos e comerciantes da região notaram o sumiço de Maria Auxiliadora há seis meses.

“Ela era uma senhora ativa, sempre passava aqui pela rua para ir à igreja. De uns tempos para cá, ela sumiu. Outra senhora, que ia com ela ao culto toda semana, foi a primeira a perguntar, e a filha disse que ela estava com uns problemas de saúde. Sempre enrolava dizendo que não podíamos visitá-la. Coisa de uns três meses, a filha disse aos vizinhos que a mãe teria falecido e a família não teve tempo de comunicar sobre o enterro”, disse um comerciante, que trabalha há 20 anos no local, ao O Globo.

Apesar do corpo estar em estado avançado de decomposição, os vizinhos do prédio afirmam que não sentiram mal cheiro. “A única coisa que a gente percebeu é que o apartamento passou sempre a estar fechado, mas o cheiro ruim não tinha. Não senti nem ouvi isso de ninguém”, contou um vizinho, que não quis se identificar.

O homem ainda comentou que a vizinhança notou a mudança de comportamento da mulher, mas jamais imaginou o que estava de fato acontecendo “Ela era farmacêutica. Pelo que vimos e soubemos nos comentários aqui da rua no sábado, ela estaria manipulando remédios e formol para manter o corpo com menos cheiro”, detalhou.

Em nota à Itatiaia, a Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que “a investigação está em andamento na 27ª DP (Vicente de Carvalho) para esclarecer todos os fatos”.


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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.
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