A viúva de Marielle Franco, Mônica Benício, segue em busca de justiça, seis anos após o assassinato da vereadora e de seu motorista, Anderson Gomes.
Até agora, quatro pessoas estão presas por envolvimento no crime. O ex-Pm Elcio Queiroz, apontado como responsável por dirigir o carro de onde partiram os tiros que mataram Marielle e Anderson; o ex-PM Ronnie Lessa, citado na delação premiada de Elcio como responsável por disparar os tiros; o ex-bombeiro Maxwell Simoes, também apontado na delação de Elcio, acusado de monitorar os passos da vereadora, além do dono de um ferro velho, Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como Orelha, responsável por desmanchar o carro usado no crime.
Benício reconheceu que houve avanços com a entrada da PF no caso, mas disse que seis anos é tempo demais pra solucionar um crime. Ela também criticou a demora para a marcação do júri popular de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, que seguem em presídios de segurança máxima.
“Tivemos avanços significativos desde a nova entrada desse novo governo com a participação da Polícia Federal nesse caso, chegando inclusive a delação de Elcio Queiroz que admitiu ser ele o motorista que conduzia o carro que levava o atirador e admitiu também que o atirador era Ronnie Lessa. Eles ainda não foram levados a júri, isso é uma parte importante também da nossa reivindicação de justiça. E a gente precisa que se apresente uma resposta sobre o nome dos mandantes, as motivações(…) Chegados a seis anos o que a gente espera é que a gente não precise ficar reivindicando por mais um ano essa justiça que não nos é apresentada nem a nós familiares e nem a sociedade.”
Em memória às vítimas, amigos e familiares de Marielle e Anderson realizam nesta quinta-feira (14) um ato simbólico nas escadarias da Câmara Municipal do Rio. Uma grande faixa será estendida na fachada do Palácio Pedro Ernesto cobrando respostas do Estado. Em seguida haverá uma missa e depois um segundo ato por justiça também na Região Central do Rio.
“Já faz 6 anos que arrancaram minha esposa do meu convívio diário. Já faz 6 anos que executaram a liderança política feminista, negra e socialista, que lutava pela dignidade da favela. Já são 6 anos do assassinato político mais impactante das últimas décadas, do crime que abalou a nossa democracia e segue sem respostas. Já são 6 anos lutando, incansavelmente, por justiça. Nesse ato vamos gritar em alto e bom som que não iremos descansar enquanto não soubermos quem mandou matar Marielle e por quê. O Brasil, as famílias e a sociedade precisam e exigem essas respostas”, desabafa Monica.
Marielle Franco e Anderson Gomes foram assassinados na noite de 14 de março de 2018, na Região Central da cidade. De lá pra cá, cinco delegados passaram pelo caso. A participação da Polícia Federal ocorreu cinco anos depois.