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Traficante do PCC apelidado de ‘Fantasma da Fronteira’ é preso após despistar polícia por 8 anos

Caio Bernasconi Braga estava foragido desde 2015; criminoso foi encontrado em Ponta Porã (MS), entre o Brasil e o Paraguai

Um traficante do grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC) foi preso após oito anos foragido. Caio Bernasconi Braga era conhecido como “Fantasma da Fronteira”. O criminoso estava escondido da polícia desde 2015 quando teve a prisão preventiva decretada pela justiça de Bauru, em São Paulo.

A Polícia Federal encontrou o megatraficante na cidade de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. A prisão foi efetuada na última terça-feira (2).

Em 2018, Bernasconi conseguiu escapar de carro de uma ação da PF, na zona leste de São Paulo, organizada para prendê-lo. Em 2020, o criminoso foi denunciado na operação Além-Mar, que apreendeu mais de R$ 55 milhões da facção, incluindo aviões e carros de luxo.

Mesmo procurado pela polícia, Bernasconi chegou a participar de duas audiências da Justiça Federal de Pernambuco pela internet. Ele era acusado de ser responsável por um carregamento de 2,5 toneladas de cocaína apreendido no porto de Rotterdam, na Holanda.

Para conseguir despistar as autoridades durante quase uma década, o criminoso usava um nome falso e atuava como agente comercial.

“Pouco se sabe sobre essa pessoa. Levava uma vida discreta na fronteira e só era conhecido pelas autoridades policiais, apesar de ser uma grande figura do tráfico na região. A prisão dele foi feita em uma operação sigilosa da PF, que mobilizou outros órgãos de segurança na fronteira, para evitar um provável resgate”, disse Marcelino Nunes de Oliveira, secretário municipal de Segurança Pública de Ponta Porã (MS), em entrevista à UOL.

O criminoso também é investigado por lavar o dinheiro vindo do tráfico na compra de imóveis de alto padrão e empresas, colocadas no nome da esposa.

Criminoso era chefe do PCC no Paraguai

O traficante é considerado o sucessor do chefe do PCC no Paraguai. Uma investigação apontou que haviam 32 empresas em comum entre Bernasconi e o ex-comandante da facção Sergio da Arruda Quintiliano, conhecido como Minotauro.

Depois da prisão de Minotauro, em 2019, o brasileiro passou a controlar o tráfico no país vizinho. Segundo a Polícia Federal, ele seria o responsável pela “rota do pó", que enviava a cocaína do Paraguai para a Europa. A droga era transportada em contêineres de frutas.

Como foi a prisão?

Equipes da Força Nacional e veículos de guerra do Exército foram mobilizados para a prisão do megatraficante com o objetivo de impedir uma possível fuga. O criminoso foi capturado em território brasileiro, quase na divisa com a cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai.

Bernasconi foi pego enquanto trocava de aeronave, em uma pista de pouso de terra. A PF investiga se o local era usado pela “rota do pó". Os investigadores também buscam saber para onde o criminoso iria antes de ser preso.

O traficante precisou ser transferido para Campo Grande (MS), sob um forte esquema de segurança, e participou de uma audiência de custódia nesta quarta-feira (4).

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