Medo da verdade
Medo da verdade Amigos, eu queria contar para vocês o que, com certeza, a maioria já sabe: os poderosos estão morrendo de medo!
Medo da verdade Amigos, eu queria contar para vocês o que,
com certeza, a maioria já sabe: os poderosos estão morrendo de medo!
Vereadores, deputados, todos já chegam perto do repórter perguntando se
ele tem ideia do que vem por aí no rastro das manifestações. Mas, para
não cansar o leitor, falemos um pouco sobre três autoridades: um
ministro, um governador e um prefeito.
O ministro é o secretário
geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Ele impressiona pela sequencia
de horrores. Primeiro, declarou para o país inteiro que não estava
entendendo o movimento. Agora, diz que as ruas não têm um rosto, os que
caminham não têm um partido e, “sem partido, o que temos é ditadura”.
Meu Deus, alguém precisa dizer pra ele que a principal causa das
manifestações é exatamente o repúdio dos pagadores de impostos ao
sistema partidário que temos.
O povo já descobriu há muito tempo
que são todos iguais, têm os mesmos interesses, fisiológicos,
nepotistas e cujo compromisso é só o de se manter no poder. O PT é
irmão do PSDB, que é filho do PMDB e todos se ajeitam, dependendo da
hora. Os demais, uns 30, são massa de manobra e adoram tocar a vida
assim, apoiando quem vai vencer para garantir as boquinhas ou
enriquecendo seus chefes com venda de espaço na propaganda eleitoral.
Para o DEM, por exemplo, o melhor governo é o próximo.
O
governador é o Anastasia. O professor é preparado e todos nós sabemos,
mas, nas raras aparições que fez na semana passada, não disfarçava a
tensão. Na sexta, ligou para deputados o dia inteiro, preocupado
principalmente com Neves e tratou de garantir a duplicação da ligação
daquele município com Belo Horizonte – a obra mais esperada. O prefeito é
o de Belo Horizonte, Márcio Lacerda. Eu estava lá na coletiva em que
anunciou a redução de 5 centavos nos ônibus da capital. Ele mal
conseguia controlar a respiração e os olhos piscavam mais do que de
costume. Estava tão perdido que, com dois minutos de conversa, o
presidente da Câmara o convenceu a dobrar a redução da tarifa de ônibus.
Na
verdade, quem detém um cargo eletivo sabe perfeitamente da distância
entre representantes e representados e que, depois da eleição, o que
importa é alinhar-se com o executivo, conseguir verbas para pequenas
obras que possam perpetuar o mandato ou, quem sabe, passar para o filho,
o genro, a esposa ou amante. Eles ignoraram solenemente que um dia a
letargia poderia acabar. E ficam perguntando onde tudo vai parar. Deviam
perguntar é porque não pararam antes. Porque não pararam de nos
afrontar.