Um novo bioinsumo, desenvolvido pela parceria público-privada entre a Embrapa Agrobiologia (RJ) e a empresa Agrocete, tem potencial para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade de diferentes tipos de pastagens. Criado a partir da combinação de bactérias promotoras de crescimento, o produto pode ser aplicado em variados tipos de pastagens e sistemas produtivos, incluindo gramíneas.
O produto é composto por três grupos de bactérias da mesma espécie, incluindo o Bradyrhizobium, conhecido pelo sucesso em culturas como a da
“O diferencial desse produto é que vai atender tanto ao pecuarista que maneja as pastagens de modo tradicional quanto àquele que pretende investir na mitigação de gases de efeito estufa por meio do uso do consórcio da gramínea com a leguminosa, ou mesmo ao produtor que investe na Integração Lavoura-Pecuária (ILP)”, explica Bruno Alves, pesquisador da Embrapa Agrobiologia.
Segundo o pesquisador Jerri Zilli, que também integra a equipe da Embrapa Agrobiologia responsável pelo desenvolvimento do bioinsumo, o objetivo foi formular um produto de amplo espectro, que atue positivamente sobre as principais leguminosas forrageiras recomendadas para consórcios. “Em casa de vegetação, os resultados mostraram aumento superior a 30% na biomassa da leguminosa com o uso do inoculante, o que impulsionou os testes de campo e os planos de registro comercial”, destaca.
Outra vantagem é que o inoculante poderá ser útil mesmo em áreas onde não há leguminosas. Isso porque devido a sua formulação, o bioinsumo estimula também o crescimento de gramíneas.
O cronograma atual prevê que o novo produto esteja disponível para o mercado em 2026. Até lá, os pesquisadores da Embrapa e a equipe técnica da Agrocete seguirão conduzindo os estudos agronômicos necessários para validar a eficácia e a segurança do inoculante multiforrageiras no campo.
Atualmente, cerca de 18,5% da área total do território nacional estão ocupados por pastagens (159 milhões de hectares), dos quais 78% estão sob degradação intermediária a severa. São quase 100 milhões de hectares de pastagens degradadas.