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Vassoura de bruxa da mandioca: Ministério da Agricultura inicia Programa de Prevenção e Controle

Entre as ações do programa, estão a proibição do trânsito de plantas hospedeiras da praga e manual de procedimentos

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou a instituição do Programa Nacional de Prevenção e Controle da Vassoura-de-Bruxa da Mandioca (PVBM). A pasta havia recentemente estabelecido um grupo para coordenar ações contra a doença.

Após a declaração do estado de emergência fitossanitária relativo ao risco de disseminação para outras áreas produtivas, a criação do Programa Nacional de Prevenção e Controle da Vassoura-de-Bruxa da Mandioca (PVBM) deve estabelecer critérios e procedimentos para a prevenção e o controle da praga. As ações serão realizadas junto aos órgãos Estaduais ou Distrital de Defesa Sanitária Vegetal.

Entre as ações, está a determinação da proibição do trânsito de plantas e/ou partes de plantas de espécies hospedeiras da praga oriundas de municípios com ocorrência da doença. Também foi divulgado um manual de procedimentos, que apresenta formas de manuseio da mandioca.

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De acordo com o manual, todas as manipulações em que houver material suspeito de contaminação com o fungo deverão ser realizadas com o uso de equipamento de proteção individual descartável.

O Governo Federal destacou ainda que a “vassoura de bruxa” da mandioca não tem qualquer relação com a vassoura de bruxa do cacaueiro, e reforçou que o fungo também não representa qualquer risco à saúde humana, apesar de ser altamente destrutivo para as lavouras de mandioca.

O que é a Vassoura de Bruxa da Mandioca?

Causada pelo fungo Ceratobasidium theobromae (Rhizoctonia theobromae), a ‘vassoura de bruxa’ apresenta sintomas como ramos secos e deformados, nanismo e proliferação de brotos fracos e finos nos caules. Com a evolução da doença, pode ocorrer clorose, murcha e seca das folhas, além da morte das plantações.

De acordo com o MAPA, a dispersão pode ocorrer por meio de material vegetal infectado, ferramentas de poda, além de solo e água. A movimentação de plantas e produtos agrícolas entre regiões também pode facilitar a dispersão da doença, aumentando o risco de infecção em novas áreas.

A vassoura de bruxa foi detectada pela Embrapa Amapá, em 2024, nos plantios de mandioca das terras indígenas de Oiapoque, e está relacionada na lista oficial de pragas quarentenárias presentes no Brasil. Hoje a doença ameaça lavouras no Norte do Brasil, sobretudo nos estados do Amapá e Pará.

* Vinicius Micheletto colabora com reportagens para o portal da Itatiaia, onde já cobriu as Eleições 2024. Graduado em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi estagiário, repórter e colunista por dois anos na Rede Minas.
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