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Cachaça venceu preconceitos e, hoje, tem festival e até ‘cachacier’

Idealizador da Expocachaça, José Lúcio Mendes, conta como teve a ideia de trabalhar pela imagem da bebida

Formado em Turismo e Marketing, José Lúcio Mendes, empresário, organizador e idealizador da Expocachaça há 31 anos, conta que teve a ideia de trabalhar para melhorar a imagem da cachaça no país, no final dos anos 1990 quando era vice-presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

Na ocasião, ele passou dois meses na França e na Escócia, vendo de perto como os estrangeiros trabalhavam o marketing de suas bebidas, como os famosos licores franceses, os conhaques e o próprio uísque escocês. “Percebi que havia muito preconceito contra a nossa cachaça, resquício de um pensamento arcaico que remetia aos tempos do Brasil-Colônia”, conta José.

De volta ao Brasil, ele passou a articular ações para que a bebida estivesse presente em eventos oficiais e/ou requintados. Em 2020, organizou o 1º Cachaça Open Golfe, em Brasília, para apresentar a cachaça aos embaixadores e adidos comerciais

“Serviu para abrir o mercado externo para várias iniciativas de promoção da cachaça. O embaixador da Alemanha na época nos convidou para comemorar a Festa do 7 de setembro na Embaixada do Brasil em Bon. Foi uma festona para 750 convidados, no Palácio La Redout, e quem fez o jantar foi a Dona Nelsa do Xapuri. O sucesso foi tanto que fomos convidados para fazer outro evento para a Embaixada da França”, relembrou.

Ao longo dos anos, José Lúcio também se articulou politicamente para defender os produtores das cachaças de alambique (artesanais), os desafios enfrentados por eles, fomentou cursos e organizou premiações. Hoje ele acredita que tudo valeu a pena, e conquistas importantes foram obtidas: a cachaça deixou de ser apenas ‘bebida de boteco’ para ser oferecida por elegantes bufês, ganhou reconhecimento do governo como produto com grande potencial de exportação e até o avaliador da qualidade e das características da bebida, agora tem um nome chique, o cachacier.

“Outra novidade é que muitos produtores estão produzindo para várias marcas ao mesmo tempo e não apenas para uma marca própria, a exemplo das chamadas ‘cervejarias ciganas’. Isso é bom porque aumenta o volume do produto no mercado e cada empresário pode trabalhar melhor sua marca”.


Com gelo, congelada ou misturada a água com gás

De tanto falar de cachaça, José Lúcio acabou aprendendo a apreciar a bebida. “Gosto com bastante gelo, por ser uma bebida destilada como o whisky. Outra boa opção é deixá-la no congelador por algumas horas. Ela não congela, mas fica licorosa, ótima para tomar na beira da piscina. Pode-se também misturá-la com água com gás e acrescentar frutas, compondo deliciosos drinks”.

Serviço:

  • No último dia da Expocachaça, as atrações musicais são o Trio Lampião (17h30) e Célio Santtos e Banda (20h).

  • Ingressos na bilheteria da Serraria Souza Pinto, a partir de R$25 (meia entrada)

  • Crianças de até 12 anos não pagam e devem estar acompanhadas dos pais ou responsável. Idosos entre 60 e 64 anos pagam meia-entrada. Já idosos com mais de 65 anos, e cadeirantes, têm entrada gratuita.

  • Funcionamento: Das 12h às 22h - Serraria Souza Pinto - Av. Assis Chateaubriand, 809, Centro.

Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.



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